Mercedes E63 AMG torna-se o sedã mais rápido do teste Folha-Mauá
EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"
O quartel-general da AMG, em Stuttgart, tem identificação discreta. Nem parece que é ali que nascem os cultuados modelos preparados pela divisão esportiva da Mercedes. O portão da garagem desemboca em uma estrada estreita de mão dupla, com vegetação baixa às margens.
Mas após percorrer caminhos tortuosos naquele pedaço da Alemanha, o E63 AMG chega a uma rodovia de muitas faixas e com trechos sem limite de velocidade.
Bastam poucos quilômetros de pista vazia para perceber o que um V8 biturbo de 557 cv pode fazer com um sedã cujas versões "normais" têm público com idade média na faixa dos 50 anos.
Divulgação | ||
Classe E preparado pela AMG acelerou de zero a 100 km/h em 4s |
EMBRUTECIDO
O modo como o carro responde às investidas no acelerador chega a assustar. A primeira reação é segurar com firmeza o volante revestido de couro alcantara, com textura similar à camurça. Com o modo AMG acionado, os amortecedores ficam mais rígidos e o carro embrutece. O silêncio é substituído pelo ronco grosso e eventuais estalos que saem do escapamento.
As reações antecipavam o que iria acontecer quando o carro passasse pela pista da TRW, em Limeira (a 151 km de SP). A aceleração de zero a 100 km/h em 4,0s fez do E63 o sedã mais rápido que já passou pelo teste Folha-Mauá.
Editoria de arte/Folhapress |
Na comparação entre segmentos, o Mercedes só perde para o cupê superesportivo Audi R8 GT, que, em 2013, cumpriu a prova em 3,7s.
Esse AMG tem tanta força que, mesmo com tração integral e todos os controles de estabilidade disponíveis, o carro oscila lateralmente quando se pisa fundo. Alguns esportivos parecem encolher quando ganham velocidade e avançam sobre as curvas, mas não esse Mercedes.
O tempo todo percebe-se que se está ao volante de um sedã de desenho careta e quase cinco metros de comprimento, e isso não é bom para quem busca o máximo de performance. Esse público irá preferir o equilibrado CLA 45 AMG (360 cv), ou, se quiser algo do mesmo segmento e desempenho, ficará mais feliz com um BMW M5.
Divulgação | ||
Pedaleiras de alumínio, bancos de couro e apliques de madeira compõem a cabine do E63 |
ALMA AMERICANA
Apesar de alemão, o E63 tem algo de americano em seu comportamento. Sua vocação é andar pra frente, engolindo asfalto enquanto os bancos (que tem regulagem elétrica até para as abas) seguram o corpo reteso. Dirigir esse Mercedes exige um estado permanente de atenção.
A primeira impressão foi pautada pela força, explorada em uma pista livre nos arredores de Stuttgart. O segundo contato ocorreu em São Paulo, durante o teste Folha-Mauá. Com a morosidade do trânsito, foi possível reparar o esmero de sua construção.
Além do couro das forrações, plásticos de primeira linha convivem em harmonia na cabine. Os botões que permitem selecionar ajustes de tração e suspensão ficam no console central, ao alcance dos dedos.
Quem viaja no assento traseiro pode aproveitar o sistema multimídia com telas individuais instaladas nos encostos dos bancos da frente. Há também um monitor frontal, que desliga automaticamente sempre que o carro entra em movimento.
Não falta espaço para os cinco ocupantes.
Divulgação | ||
Rodas escuras e as quatro saídas de escape marcam a versão AMG, de mais de R$ 500 mil |
O desenho da carroceria é bastante sóbrio e contrasta com as rodas pretas de 19 polegadas. Por dentro, há o luxo que se espera de um carro que custa mais de R$ 500 mil.
O acabamento mistura couro com apliques de madeira no painel. Os bancos dianteiros têm sistema de aquecimento, e há cortinas para os vidros traseiros.
Todas as lâmpadas dos faróis foram substituídas por LEDs, sistema mais eficiente que o xenônio.
Após os testes, o E63 foi devolvido à Mercedes com a certeza de que será difícil surgir um outro sedã capaz de superar seus tempos na pista em 2014. O desafio está lançado.
Editoria de arte/Folhapress | ||
Editoria de arte / Folhapress | ||
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade