Publicidade
25/05/2014 - 02h04

Exagero nos acessórios pode prejudicar revenda do veículo

RODRIGO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Passou o tempo em que as opções de acessórios para carros resumiam-se a tapetes de borracha e calhas de vidros. Hoje, dependendo do orçamento, é possível instalar desde sistemas multimídias até incrementos visuais e mecânicos em um veículo zero-quilômetro. Porém, o investimento precisa ser pensado, para não se tornar um prejuízo na revenda.

"Não adianta colocar um DVD player caríssimo, pois esse valor não será agregado ao preço do carro no ato da revenda", diz Osvaldo Ocanha, gerente de marketing do Auto Shopping Cristal.

Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress

Rebaixado
Casos extremos, como veículos rebaixados e com o motor modificado, nem são aceitos nas lojas. Quando isso ocorre, todo o trabalho do antigo proprietário se perde. "O consumidor busca o carro mais original possível e o lojista retira as customizações feitas no veículo", afirma Ocanha.

Outro entrave para a compra é a origem dos equipamentos. Homologados pelos próprios fabricantes, acessórios autorizados sugerem confiança ao consumidor. "Se comprados e instalados em nossos concessionários, todos os rádios, alarmes e itens adicionados ao carro não rompem a garantia de fábrica", diz Décio Martins, gerente de produto de pós-venda da Volkswagen do Brasil.

Além de violarem a proteção de fábrica em carros zero-quilômetro, equipamentos comprados em lojas especializadas ou importados pelo consumidor podem trazer outros problemas. "Descobrimos sistemas multimídia que interferiam até no computador de bordo do carro", afirma Martins. O especialista destaca que esses acessórios são, em média, 20% mais caros que seus similares. Por outro lado, o consumidor deve ficar atento aos valores, muitas vezes exagerados, cobrados nas concessionárias.

De acordo com Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat, essa diferença acontece devido ao processo de homologação. "Os equipamentos passam por um procedimento na fábrica, onde são realizados vários testes seguindo os padrões de qualidade adotados para o desenvolvimento de acessórios originais", diz.

Boa saída é retirar e guardar itens originais
Tantos detalhes acabam tornando os milhares de fãs de veículos modificados escolados. Com seu sétimo carro customizado, o pesquisador de campo Erick Domeneghetti, 27, adota uma série de cuidados na hora da revenda e mostra que a aquisição de itens extras deve ser analisada com a necessidade e o prazer do proprietário em mente, e não focada em possíveis lucros ou retornos financeiros.

"Quando eu compro um determinado acessório, já sei se vou mantê-lo ou não no carro na hora da revenda. Geralmente retiro boa parte dos equipamentos, para facilitar a busca por um comprador", explica o pesquisador, que é dono de um Honda Civic 2000 com alterações nos sistemas de escape, suspensão, rodas e pneus.

Mas muitos acessórios são bem vistos pelo mercado. "Quase ninguém compra carro sem rádio. Esse tipo de equipamento até facilita a revenda", afirma Osvaldo Ocanha, do Auto Shopping Cristal. A regra também vale para alarmes, vidros elétricos e películas escurecedoras que respeitem as regras de transparência mínima, itens geralmente procurados pelos consumidores quando não instalados no veículo. Há também os casos em que, se o modelo estiver fora da garantia, o consumidor pode escolher uma opção com bom custo-benefício.

Se, mesmo assim, aquele sistema multimídia de última geração, as enormes rodas de liga-leve ou o kit aerodinâmico que vai diferenciar o carro não saem da sua cabeça, o jeito é abrir espaço na garagem. "Já guardei o escapamento original de um carro para colocá-lo de volta apenas quando quis me desfazer dele", conta Erick. É o preço para obter o melhor valor possível na revenda

 

Publicidade

 

Publicidade

 
Busca

Encontre um veículo





pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag