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08/06/2014 - 02h03

Na contramão do mercado, carros acima de R$ 90 mil crescem em vendas

RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO

Recorrentes planos de demissões voluntárias, suspensões temporárias de contrato (os chamados layoffs) e a queda de 18% na produção nacional de veículos entre janeiro e maio (sobre mesmo período de 2013) evidenciam a crise enfrentada por fabricantes como Volkswagen, General Motors e PSA Peugeot Citroën.

Segundo previsões da Anfavea (associação nacional das fabricantes de veículos), o setor deve manter o mesmo patamar de 3,6 milhões de unidades comercializadas em 2013 -e a provável estagnação já é vista com otimismo pela entidade.

Na contramão, o mercado de luxo, delineado por modelos com preços a partir dos R$ 90 mil, cresceu cerca de 6% no ano, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).

Editoria de Arte/Folhapress
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Um dos fatores apontados por empresários do setor é a ascensão financeira do brasileiro. Outro elemento é linha de produtos das marcas, cada vez mais ampla.

Há três anos, nenhum consumidor com cerca de R$ 90 mil na conta bancária imaginaria ficar indeciso entre um Audi, um Toyota ou um Fiat.

Editoria de Arte/Folhapress
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Essa inusitada combinação, que reuniu numa mesma disputa marcas generalistas e uma de luxo, foi possível graças a fenômenos até então incompatíveis com a realidade automotiva: a Fiat comprar a Chrysler, a Audi conceber um sedã compacto e a Toyota cobrar R$ 92,9 mil por um Corolla.

Como efeito, modelos com caraterísticas dinâmicas e carrocerias diferentes -Fiat Freemont, Audi A3 Sedan e Toyota Corolla- viram rivais.

Distantes sob o ponto de vista da engenharia, Fiat Freemont Emotion, Audi A3 Sedan e Toyota Corolla Altis aproximam-se quando o consumidor procura por um veículo familiar.

E é no banco traseiro que começa a escolha: o A3 Sedan praticamente impede uma acomodação confortável de uma terceira pessoa por causa do túnel central elevado, uma incoerência com a modernidade proposta pela plataforma modular MQB. Sem o "obstáculo", Corolla e Freemont são indiscutivelmente superiores nesse quesito.

Para sorte do A3 Sedan, há tempos as famílias estão menos numerosas. Tendo apenas dois filhos para levar no assento traseiro, resta ao alemão a tarefa de conquistar pela dirigibilidade -qualidade abundante nele, mais escassa nos rivais.

O motor 1.4 turbo pode afastar quem acredita que tamanho é documento, mas um breve test-drive já basta para constatar que bom desempenho e o baixo consumo de combustível podem se encontrar no mesmo carro.

O crossover da Fiat melhorou significativamente ao trocar o antigo câmbio automático de quatro marchas por uma caixa de seis velocidades. Porém, o motor 2.4 ainda sofre para embalar os 1.815 kg do modelo.
Melhor abdicar do prazer ao volante e aproveitar a amplitude interna, as criativas soluções de espaço (como o porta-objetos instalado sob o banco do passageiro da frente) e o sistema de navegação de fácil manuseio.

COLUNA DO MEIO
Quanto ao Corolla, não é só no tamanho do porta-malas e no espaço que o japonês se encaixa entre A3 Sedan e Freemont.

Mais ágil que o Fiat, o Toyota não acompanha o Audi. Embora seja 32 cv mais potente, carrega 480 kg a mais. Porém, ainda que tivesse os mesmos números de desempenho, continuaria devendo uma direção menos anestesiada e um câmbio de trocas mais rápidas e precisas, além de um volante corretamente alinhado.

Um dos principais balizadores do preço, a lista de equipamentos pode ser decisiva. Não só em relação à quantidade, mas também à prioridade que se dá a cada item.

O A3 Sedan é extremista: abre mão de obviedades como bancos em couro, GPS e bluetooth, mas mantém o pedigree premium com faróis de xenônio, sistema Start-Stop e equipamento de som mais refinado.

Já o Freemont se defende com ar-condicionado digital de duas zonas e um dos volantes multifuncionais mais completos da categoria.

O Corolla traz sete airbags, ajustes elétricos para o banco do motorista e couro, mas negligencia a segurança ao deixar de lado controle de estabilidade (ESP). Em resumo: por R$ 90 mil, não se pode pode ter tudo.

 

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