Mitsubishi Pajero Dakar a diesel passa pelo teste Folha-Mauá
HAIRTON PONCIANO VOZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A primeira constatação, depois de escalar o degrau e chegar ao banco do motorista, lá nas alturas, é que nesse carro é preciso virar a chave seletora, esquecer os parâmetros de conforto comuns em um automóvel urbano e se preparar para encarar uma vida mais simples. O Pajero Dakar chega à linha 2015 mesclando modernidade e rusticidade em doses parecidas.
Antes de assumir o volante, é preciso subir na vida. As versões mais baratas do Pajero Dakar custam R$ 146.990, preço do modelo 3.2 a diesel de cinco lugares e do 3.5 V6 flex de sete ocupantes. A unidade testada, HPE a diesel com dois assentos extras, sai por R$ 172.990.
Quem está na cidade vê tudo de cima, pois a estatura do modelo é de 1,84 m (contando o rack). E quem precisar rodar pelo campo ou em um caminho com obstáculos naturais vai agradecer aos céus, porque a altura livre em relação ao solo é de 21,5 cm.
É impossível não notar as enormes borboletas para trocas manuais de marcha colocadas atrás do volante. Parece coisa de carro esportivo. Porém, essa impressão se esvai ao ligar o motor e fazer o primeiro esterço de direção.
O turbodiesel manifesta-se com um forte ruído de carro nascido para fazer força, e a direção tem respostas bem lentas. É preciso virar o volante sem dó para as rodas obedecerem. Além disso, é um pouco pesada.
O lado civilizado aflora quando se aciona o sistema que mescla GPS e DVD com tela sensível ao toque. O navegador não se limita a dar as direções: ele avisa se há trânsito no caminho escolhido. É uma prova de que o jipão com nome inspirado em ralis tem um lado urbano.
A face rural e despojada volta a revelar-se quando são verificados dados como consumo e autonomia do tanque de 90 litros. Não há computador de bordo, nem relógio no quadro de instrumentos -afinal, a vida no campo é regida pelo sol.
Quem exige confortos civilizados não vai ter do que reclamar no que se refere aos bancos, forrados de couro e com ajustes elétricos nos assentos dianteiros. Os traseiros são rebatíveis, e liberam acesso para a terceira fileira, que acomoda duas crianças. Ali, adultos passam aperto.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O barulho do motor pode incomodar a quem não está precisando dos 180 cv ou dos 38 kgfm de torque, mas o robusto motor 3.2 de 16 válvulas será fundamental nas subidas escorregadias. Claro que os méritos não são apenas dele: a carroceria montada sobre longarinas aguenta qualquer tranco.
A transmissão automática tem cinco marchas, e a tração (4x2, 4x4 e reduzida) é selecionada à moda antiga, por meio de uma alavanca de acionamento duro colocada no console. É aquela peça que ninguém na cidade sabe muito bem para que serve, mas está lá se um dia o dono precisar. Afinal, pagou-se por tudo aquilo. E muito bem pago.
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