Novo Ford Ka marca nova era para segmento de entrada
RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO
O segmento de carros de entrada atravessava um marasmo até a chegada do Hyundai HB20, em 2012. Construído sobre uma plataforma inédita, levou aos populares padrões mais altos de dirigibilidade, design e arquitetura interna.
Sexto colocado em emplacamentos no acumulado do ano, o compacto esbarra na capacidade produtiva da única fábrica da Hyundai no Brasil, em Piracicaba (SP), para vender mais.
Ainda em 2012, veio o Chevrolet Onix, fiel à mesma receita: oferecer ao comprador equipamentos até então exclusivos de castas superiores numa faixa de preço entre R$ 30 mil e R$ 45 mil.
Boa dinâmica, câmbio automático de seis marchas (único na categoria) e um dos sistemas de conectividade mais simples e completos fizeram do sucessor do Corsa o terceiro colocado no ranking de vendas.
No começo deste ano foi a vez de o VW Up! provar que carro de entrada também pode levar nota máxima em segurança, ter interior inspirado e ser bom ao volante.
E quem desconfiava das qualidades do motor 1.0 de três cilindros do HB20 começou a enxergar no Up!, também um tricilíndrico, que a tecnologia é a atual referência em economia de combustível aliada a potência.
Em setembro, quando chegar às revendas da Ford, a terceira geração do Ka deverá mudar novamente a percepção do consumidor sobre o que é obrigatório -ou desejável- nos veículos de base.
A marca foi além e equipou o hatch com itens incomuns até em carros bem mais caros.
O Ka tem controle de estabilidade, ainda que somente na configuração topo de linha -muitos sedãs médios são criticados por não dispor do equipamento de segurança.
Há também assistente de partida em rampas, que "segura" o carro entre o momento em que o condutor tira o pé do freio e o que solta a embreagem -item raro nos carros abaixo dos R$ 100 mil.
Seu 1.0 de três cilindros é o mais potente, com 85 cv. É também um dos mais econômicos, segundo o programa de eficiência Conpet, do governo federal. Maior e agora só com quatro portas, o Ka só manteve o nome dos antigos.
ERGONOMIA E ITENS DE SÉRIE SÃO DESTAQUE
A chegada do Ka 2015 é mais do que um simples lançamento para a Ford. É a ressurreição de um carro que foi revolucionário na primeira geração, lançada em 1997 no Brasil, mas se tornou comum na segunda, de 2008.
Se em 2012 o Hyundai HB20 apresentou à categoria novos gabaritos de acabamento, tecnologia e design, o novo Ka desencadeia uma revolução no segmento de entrada. A começar pelos equipamentos de série desde a versão SE, de R$ 35.390.
Para citar os principais, há direção com assistência elétrica (mais leve e precisa que a hidráulica), ar-condicionado, rádio AM/FM com conexão bluetooth e entrada USB, travas e vidros dianteiros elétricos e os obrigatórios airbag duplo e ABS (com distribuição eletrônica de frenagem).
Outro diferencial é o My Ford Doc, um suporte para carregar o smartphone, acima do rádio, e assim visualizar e operar seus aplicativos. Usar o Waze sem as mãos é o que melhor explica sua utilidade.
No pacote SE Plus, de R$ 37.390, o Ka ganha vidros elétricos na traseira e o SYNC Media System, formado por controles de áudio no volante, CD player e AppLink, que traz aplicativos de rádios e localização já instalados.
CUSTO-BENEFÍCIO
Na contramão da maioria dos carros, é na versão topo de linha (e não na intermediária), a SEL, que está a melhor relação custo-benefício do Ka.
Aos itens dos catálogos anteriores somam-se controles de estabilidade (ESC) e tração (TCS), assistente de partida em rampas (HLA), rodas aro 15, faróis de neblina e alarme.
A farta lista, no entanto, mascara alguns tropeços, como reservar computador de bordo e ajuste de altura, já tão básicos em qualquer carro, a essa versão, que custa R$ 39.990.
Ainda assim, há muitas vantagens sobre os rivais. Nenhum chega a esse nível de equipamentos. E, quando se aproximam, ultrapassam os R$ 40 mil.
COMPETIÇÃO
Apenas a oferta de equipamentos já faria do Ka um forte competidor para Hyundai HB20, Renault Sandero, Chevrolet Onix, Fiat Palio e VW Gol. Mas a novidade da Ford é mais do que se espera de um compacto.
Achar a posição ideal ao volante é fácil: o assento é mais comprido do que a média, oferecendo mais apoio longitudinal para as pernas; o volante tem ótima pegada e, apesar de não dispor de ajuste de profundidade, está bem posicionado.
Se há algo a melhorar, é o descanso para o pé esquerdo, um tanto estreito.
O câmbio não só tem engates que não demandam esforço do motorista para encontrá-los como é manuseado por uma alavanca em posição mais alta, à mão do condutor. A direção é rápida e leve.
O motor 1.0 de três cilindros é potente e econômico: com até 85 cv e abastecido com etanol, não marcou menos de 10 km/l no computador de bordo, mesclando uso rodoviário e urbano.
Na estrada, manteve os 120 km/h com dignidade, sem pedir trocas de marcha constantes. Na cidade, o propulsor faz do Ka um carro ágil e divertido de guiar. Muito distante de ser apenas um meio de transporte.
editoria de arte/folhapress | ||
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