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24/08/2014 - 02h15

VW eleva sofisticação do Fox, o aproxima do Golf e quase 'enterra' o Polo

RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO

Embora os R$ 35,9 mil iniciais (versão Trendline 1.0) sejam compatíveis com os valores cobrados pelos concorrentes, o novo Fox pode chegar a exorbitantes R$ 63.540. O preço é resultado de um dos seus diferenciais -mas também da maior polêmica que envolve o lançamento.

Sua lista de equipamentos é a mais ampla e diversificada do segmento. O novo Ford Ka, atual referência em equipamentos da categoria, traz controle de estabilidade e tração, mas deve ajuste de profundidade do volante e piloto automático, por exemplo.

Davi Ribeiro/Folhapress
Na versão topo de linha, Fox pode chegar a R$ 63.540
Na versão topo de linha, Fox pode chegar a R$ 63.540

No novo Fox, é possível encontrar comodidades inéditas entre os rivais, como sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. Há também luxos mais comuns aos médios, como teto solar.

O problema é que quase tudo é cobrado à parte. Pelo GPS integrado, pagam-se R$ 3.050. O teto solar sai por R$ 2.470.

Retrovisor interno antiofuscante? Tem, mas apenas num pacote de R$ 1.910 que inclui piloto automático, faróis de neblina e sensores de chuva e crepuscular.

A polêmica termina no controle de tração, de série, mas desmembrado do controle de estabilidade, que sai por R$ 1.140.

Há um motivo por trás da sofisticação do Fox: cedo ou tarde (mais cedo do que tarde), o Polo sairá de linha -a Volks não confirma. A atual geração vendida na Europa, uma à frente da nossa, não será comercializada por aqui, ao menos por ora.

O compacto vende menos a cada ano. De janeiro a julho, foram emplacadas 2.054 unidades do hatch, ante 3.345 do mesmo período de 2013.

Ainda que pesem a chegada de novos modelos e o mercado retraído, o fato de a mudança significativa mais recente no Polo já ter três anos é outra evidência de que seus dias estão contados.

Portanto, caberá ao Fox não só o seu habitual papel de carro "popular"como o de hatch compacto premium, "esticando-se" até quase os domínios do Golf, que começa em R$ 67.790.

FOX SUPERA SANDERO EM CONSUMO, DESEMPENHO E DIRIGIBILIDADE

A amplitude da gama de equipamentos -e, consequentemente, de preços- fará com que o novo Fox enfrente rivais historicamente acima dele, como Ford New Fiesta, Citroën C3, Peugeot 208, GM Sonic e Fiat Punto.

O primeiro desafio, no entanto, é encarar o Renault Sandero, rival também recentemente reformulado.

Se a prioridade for custo-benefício ou espaço interno, o modelo de ascendência francesa deixa poucas chances para o Fox.

Davi Ribeiro/Folhapress
Fox é superior ao Sandero, mas perde em espaço interno e deve ar-condicionado digital
Fox é superior ao Sandero, mas perde em espaço interno e deve ar-condicionado digital

Quem vai atrás tem 12 cm a mais para as pernas, além de mais espaço para os ombros. Sandero e Logan são uns dos poucos nacionais que levam decentemente três passageiros na segunda fileira.

O porta-malas não é muito maior, mas faz diferença quando falta acomodar aquela última mala numa viagem com mais pessoas.

Não abrir mão de ar-condicionado digital leva a riscar o VW da lista: opcional de R$ 1.430 (levando o carro a um preço máximo de
R$ 43.820) e que acompanha sistema multimídia com GPS no Sandero, nem sequer existe no Fox, que, vale lembrar, chegar aos R$ 63.540.

CABINE

No mais, o Volkswagen é um carro superior ao Renault.

Desde a acomodação do condutor: embora tenha contra ele uma posição de guiar nada democrática, com a regulagem de altura do banco oferecida só nos modos "alto" ou "muito alto", o Fox permite ajustar o volante em altura e profundidade -esta última inexistente no Sandero.

O volante em si (o mesmo do Golf) também é melhor, com pegada mais anatômica e mais intuitivo na hora de controlar o sistema de som e o computador bordo. A impressão de refinamento fica longe da simplicidade da peça do rival.

As duas marcas perderam a oportunidade de criar nichos mais eficazes: os porta-garrafas são pequenos e faltam mais porta-objetos entre os bancos dianteiros.

Outro contraste de simplicidade e refinamento é notada no sistema multimídia. O do Fox tem visual e linguagem compatíveis com a atmosfera Volkswagen. No Sandero, a interface é fácil de ser operada, mas o aparelho aparenta não ser de fábrica.

AO VOLANTE

Por fim, a superioridade do Fox se confirma em movimento. Hidráulica no Sandero, a direção elétrica do Fox é naturalmente mais leve que a do rival nas manobras.

Na estrada, o Fox foi mais suave: a 120 km/h, a sexta marcha permitiu que o motor girasse mais calmo, o que aliviou o ruído interno. No Sandero, a mesma velocidade parece ser mais incômoda para o carro, o barulho aumenta e o consumo, idem.

O Fox não só tem uma marcha a mais como um câmbio de engates mais curtos, preciso e macios. O hatch da Volkswagen também andou mais e bebeu menos.

Contudo, o novo Fox ainda tem desafios pela frente. O primeiro deles será não assustar o consumidor que ler na mesma frase o nome do carro e seu preço completo.

 

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