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21/09/2014 - 02h00

Renault Sandero e Nissan March são do mesmo grupo, mas pouco compartilham

RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO

A exigência cada vez mais intensa por economia de escala torna o compartilhamento de plataformas entre as marcas, hábito já praticado há décadas, obrigatório no cenário atual da indústria automotiva.

Há casos como o da Autolatina, fusão entre Volkswagen e Ford que durou entre 1990 e 1996 e criou modelos como o Ford Versailles (irmão de plataforma do Santana), além de Logus, Pointer e Apolo, que compartilhavam a mesma base com os modelos Verona e Escort.

Atualmente, há diversos exemplos de carros com a mesma alma em corpos diferentes, como Peugeot 408 e Citroën C4 Lounge, Kia Sportage e Hyundai iX35 ou Subaru BRZ e Toyota GT-86.

Mas nem sempre marcas de um mesmo grupo dividem componentes. É o caso de Renault e Nissan: Sandero e March, respectivamente, teriam tudo para ser o mesmo carro, mas não são.

A arquitetura do modelo de ascendência japonesa, batizada de V (de versátil), começou a ser desenvolvida em 2004, enquanto a do modelo francês é chamada B0.

Gustavo Epifanio/Folhapress
LEGENDA
Hatches fazem parte da aliança Renault-Nissan, mas dividem poucos componentes

OITO OU DEZESSEIS

Os motores de 1,6 litro são diferentes: o do Renault tem cabeçote de oito válvulas, enquanto o do Nissan é 16V. E cada um tem câmbio próprio.

Os resultados são dois carros de comportamentos distintos. Leve e com relação de marchas mais curta, o March foi cerca de 2s mais rápido que o Sandero quando equipados com motor 1.0 -esse sim um denominador comum entre os compactos.

O modelo da Nissan foi mais econômico na cidade, perdendo para o Renault no ciclo rodoviário.

Os desempenhos distantes também levam a diferenças na experiência ao volante.

O March é mais esperto, com respostas da direção rápidas e suspensão que transmite mais fielmente o que se passa no solo. Isso, no entanto, não o faz um carro esportivo. Essa inquietação se traduz em tensão.

O Sandero tem rodar suave e engates de marcha mais tranquilos -os do March são ásperos e imprecisos. A suspensão do Renault trata bem os ocupantes.

Gustavo Epifanio/Folhapress
Nas reestilizações recentes, Sandero mudou mais do que March
Nas reestilizações recentes, Sandero mudou mais do que March

MEDIDAS FARTAS

As medidas mais fartas do Sandero naturalmente se refletem em conforto na cabine. A posição de guiar é ergonômica e os bancos acolhem melhor os ocupantes dianteiros (sobretudo suas pernas). A sensação é de um interior mais bem acertado, apesar de tão espartano quanto o do concorrente.

Há boas soluções no March, como o volante de diâmetro menor e de melhor pegada, além de um painel mais apresentável.

Contudo, o compacto da Nissan incomoda os ocupantes dianteiros com um banco de assento curto, enquanto os de trás têm de lidar com limitações para as pernas.

O que garante a superioridade do Sandero é ter uma vocação. Embora esteja atrasado em relação a rivais que oferecem níveis mais elevados de acabamento e dirigibilidade ou motores mais modernos, o Renault é referência em espaço a baixo custo.

O March é um bom carro, mas ainda lhe falta ser o melhor em alguma coisa.

Gustavo Epifanio/Folhapress
LEGENDA
March foi mais rápido e econômico na cidade
 

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