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28/09/2014 - 02h14

Aos 50 anos, Ford Mustang está a caminho do Brasil

RODRIGO MORA
ENVIADO A LOS ANGELES

Em meados dos anos 1990, o Mustang tentava casar o conceito de um "muscle car" ianque (tamanho médio, motor grande) ao DNA estético europeu. Não deu certo.

Aquele carro mais parecia um Escort anabolizado do que um esportivo americano, bem afastado do que um dia foi o mais icônico modelo da Ford.

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Nova geração do Mustang é influenciada por esportivos europeus
Nova geração do Mustang é influenciada por esportivos europeus

Três gerações depois, no fim de 2013, a fabricante tenta novamente conectar os conceitos alicerçados nos EUA ao estilo europeu de conceber automóveis. Enfim, funcionou.

Visualmente, o Mustang perdeu o estilo truculento e está mais esguio, sem abrir mão da identidade. Mesmo diferente, será reconhecido mundialmente.

É essa pretensão global que leva o motor 2.3 Ecoboost ao Mustang. Trata-se do passaporte do modelo outrora tipicamente americano (tanto no estilo como na sede por petróleo) para mercados ao redor do mundo -sobretudo o europeu, mais exigente quando o assunto é baixo consumo de combustível.

Com 315 cv e 44,2 kgfm de torque, essa configuração de quatro cilindros e turbo ofusca a versão 3.7 V6 (305 cv), a mais barata da linha.

Num percurso de 80 quilômetros, o Mustang Ecoboost deixou a certeza de ser o carro certo para quem está mais interessado no status de dirigir um ícone americano do que no significado disso ao volante.

O esportivo roda suave, praticamente como um sedã de luxo. Há eficiência, mas pouca empolgação.

No entanto, a bordo da versão 5.0 V8 (441 cv e 55,3 kgfm de torque) com câmbio manual de seis marchas, os trejeitos de um verdadeiro "muscle car" vêm à tona.

O ronco do motor é envolvente e ardido, podendo ser facilmente confundido com esportivos das marcas alemães Audi, BMW e Mercedes. A aceleração é progressiva, e lá pelas 4.000 rpm (rotações por minuto) o Mustang dispara, parecendo querer se desgarrar das rédeas.

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Interior preserva estilo retrô em alguns instrumentos, o que nem sempre é prático
Interior preserva estilo retrô em alguns instrumentos, o que nem sempre é prático

NO BRASIL

Executivos da Ford se recusam a confirmar quando e por aproximadamente quanto o Mustang desembarcará no Brasil. O tom, no entanto, já não é mais de negação como há pouco menos de um ano, quando o carro foi revelado mundialmente.

Mais importante do que a questão da gasolina brasileira com etanol (E25) ante a disponível nos EUA (E10) é o posicionamento que o Mustang terá por aqui.

Segundo Rogélio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul, a mira do esportivo não está apontada para o Chevrolet Camaro, seu rival histórico no mercado dos Estados Unidos, e, sim, para os alemães -no caso, Audi A5 e BMW 435i.

Traduzindo, a Ford não quer o Mustang tão popular quanto o Camaro, que já foi personagem de filme infantil e de música sertaneja.

Mas de o Chevrolet Camaro atual faz sucesso por onde passa no Brasil, agradeça ao Mustang. Foi o esportivo da Ford que criou esse segmento, em 1964. O concorrente da Chevrolet só foi lançado dois anos depois.

Hoje, os modelos continuam disputando o mesmo público nos Estados Unidos, em um nicho que é complementado por Challenger e Charger, a dupla de "muscle cars" da Dodge.

Entre todos, o novo Mustang está à frente. Tanto em dirigibilidade quanto em equipamentos.

Só o Ford tem quatro modos de condução e três de assistência da direção, além de um habitáculo agradável.

Mas ainda falta ao esportivo da Ford certos refinamentos para alcançar os concorrentes alemães.

O porta-copos central, por exemplo, é rodeado por um plástico duro, e a moldura que atravessa o painel tem um recorte malfeito sobre o sistema de som. São detalhes que não combinam com a proposta do carro.

A direção tem respostas rápidas, mas poderia ser mais leve nas manobras se tivesse assistência elétrica no lugar da hidráulica. O painel de apelo retrô é bem desenhado, mas a visualização seria melhor com menos elementos no quadro de instrumentos.

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Esportivo é vendido em duas opções de carroceria: cupê (foto) e conversível
Esportivo é vendido em duas opções de carroceria: cupê (foto) e conversível

NO SALÃO

Como em edições anteriores do Salão de São Paulo, o Mustang será a principal estrela da Ford. Só que dessa vez, após 50 anos de espera, ele será vendido por aqui.

Só resta saber quando, e também quais serão as versões disponíveis. Vale apostar que a estreia nas lojas ocorrerá em 2015, provavelmente no fim do ano.

Será um carro de imagem no Brasil, com poucas unidades vendidas por mês. Bem diferente dos EUA, onde o modelo teve 56,7 mil unidades emplacadas entre os meses de janeiro e agosto deste ano. (Rodrigo Mora)

Viagem a convite da Ford

 

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