Motos retrô dominam Salão de Colônia

Muitos lançamentos apresentados no Intermot 2014, salão internacional de motocicletas que termina neste domingo (5) na cidade alemã de Colônia, buscaram inspiração em modelos antigos para atrair jovens e nostálgicos motociclistas.

As linhas clássicas de muitas das máquinas em exposição lembram versões dos anos 1960 e 1970, mas com um toque de modernidade.

"Depois de influenciar a moda e a decoração, essa tendência vintage está influenciando as fabricantes de motocicletas", explicou Shun Miyazawa, gerente de produtos da Yamaha na Europa.

Miyazawa chegou ao evento vestindo camisa xadrez, colete e boina à moda antiga. Ele foi um dos responsáveis pela renovação da "naked" XJR 1300, um dos lançamentos da marca japonesa no salão deste ano.

Embora conserve o visual clássico e também seu motor de quatro cilindros em linha com refrigeração a ar, a renovada Yamaha não está exatamente igual à original.

O escapamento foi pintado de preto e as tampas laterais de alumínio lembram as usadas nas motos de corrida da década de 1970.

"Fomos inspirados pela releitura que as pessoas faziam de seus velhos modelos", revela Miyazawa. Essa inspiração deu origem a uma versão de visual mais esportivo, a XJR 1300 Racer, com carenagem de fibra de carbono
e guidões semelhantes aos usados em motos de pista.

Veja fotos

EXPRESSÃO

Mais conhecida por suas potentes esportivas, a Ducati resolveu reviver em Colônia um sucesso dos anos 1970, a Scrambler.

"Nós buscamos reinterpretar um ícone, mas de uma maneira completamente modernizada. Projetamos e construímos a nova Scrambler como se nunca tivéssemos parado de fazê-la", afirmou Cristiano Silei, vice-presidente
de vendas e marketing da empresa italiana.

Com visual que relembra as motos fora de estrada dos anos 1970, a "nova" Scrambler terá quatro versões. A Icon faz uma releitura moderna do modelo original e está disponível nas cores vermelha e amarela. A Urban

Enduro é destinada aos entusiastas de viagens que incluam estradas de terra, enquanto o modelo Full Throttle foi pensado para quem curte corridas. Para os tradicionalistas, há a versão Classic.

Todas essas Ducati compartilham o motor de dois cilindros em "L" com 803 cc e refrigeração a ar, antes utilizado na Monster 796. O toque de modernidade fica sob a responsabilidade da suspensão invertida, da balança traseira em alumínio e dos freios com sistema ABS.

"As quatro versões da família Scrambler representam o ponto de partida para serem personalizadas, permitindo que cada proprietário expresse seu estilo de vida", completou Silei. Para isso, a fábrica criou uma vasta lista de acessórios e também de lifestyle de acordo com cada versão.

RECORDE

As novidades do Intermot 2014 devem muito à pioneira Triumph. Em 2000, a montadora do Reino Unido fez renascer a Bonneville, lançada originalmente em 1959.

O motor bicilíndrico paralelo, arquitetura clássica das motos inglesas, ganhou mais capacidade (900 cc) e, a partir de 2008, injeção eletrônica.

Para não comprometer o visual, a fabricante "escondeu" os bicos injetores dentro de dois corpos de aceleradores, que simulam carburadores.

Em Colônia, as "novidades" da marca foram, na verdade, edições comemorativas com pinturas e rodas diferentes, além de alguns acessórios. Caso da Bonneville T214, que relembra o recorde de velocidade de 214,4 milhas por hora (cerca de 345 km/h) atingido em 1956 por um "streamliner" (protótipo feito para ter a melhor aerodinâmica possível) com motor Triumph.

TURBINADA

Até mesmo uma das novidades mais aguardadas em Colônia, a Kawasaki Ninja H2, prestou homenagem a um modelo do passado: a Mach IV H2 750, apresentada em 1972.

Nesse caso, a inspiração foi apenas conceitual, já que o modelo antigo inovou em sua época, enquanto a H2 de agora pretende ser uma moto superesportiva e revolucionária, equipada com turbocompressor.

Poucos detalhes da nova Ninja foram revelados, mas a potência deverá chegar a 300 cv. A fábrica japonesa dará mais detalhes no EICMA, o Salão de Motos de Milão, que acontece no início de novembro.