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01/11/2014 - 02h00

Análise: Crédito para veículos ainda deve patinar no próximo ano

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

Juros mais altos e o fim de incentivos tributários podem comprometer a recuperação do crédito automotivo em 2015. Executivos do setor veem com cautela a melhora nos dados em setembro, principalmente após o BC ter iniciado, na quarta (29), nova rodada de aumento de juros.

Em julho e agosto, o governo anunciou medidas para estimular o crédito, com incentivos para que os bancos aumentassem em 20% os financiamentos automotivos.

A primeira reação do mercado foi o corte de juros. Os empréstimos também cresceram, registrando o melhor resultado do ano em setembro.

Em outubro, no entanto, já se verifica aumento de juros. Entre os 15 maiores bancos nesse mercado, apenas 4 ainda mantêm taxas inferiores às praticadas em julho (Itaú, Caixa, Banco Toyota e HSBC).

É pouco provável que haja grandes cortes de taxas nos próximos meses, diante dos planos do BC de elevar ainda mais o custo do dinheiro.

Outra questão que pode travar os negócios é a necessidade do governo de aumentar tributos para colocar em dia as contas públicas. Um dos alvos é o IPI reduzido, que vence em dezembro.

A expectativa é que haja algum aumento, ainda que não se retorne à alíquota cheia, diante da possibilidade de mais demissões nas fábricas.

Uma saída encontrada pelos consumidores tem sido a compra de veículos usados, cujos financiamentos crescem mais. Os juros costumam ser maiores. Mas o preço menor reduz a prestação.

Os bancos mantêm a posição de que não falta crédito. O problema é a queda no movimento nas concessionárias.

Muitas pessoas aproveitaram a desoneração para trocar de carro. E agora, diante do risco de aumento do desemprego e do alto endividamento, não querem assumir novos financiamentos.

As concessionárias reclamam da concessão de crédito, mais rígida desde 2012, quando a inadimplência bateu recorde -o que fez com que bancos resistam a conceder empréstimos para clientes com renda mais baixa ou histórico de crédito ruim.

Entre as principais linhas de financiamento ao consumo, a de veículos é a única que vem perdendo participação. Um eventual crescimento da economia contribuiria para estancar o encolhimento do crédito automotivo, mas não se espera desempenho muito melhor que o de 2014.

 

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