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06/12/2014 - 02h04

Em teste curto, Nissan GT-R mostra porque quer desafiar modelos Porsche

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

Não há tempo para muita coisa. Balaclava, capacete, ajustes de banco e volante. O instrutor deseja um bom dia e começa a falar do Nissan GT-R. O apelido do carro, Godzilla, é uma boa síntese do esportivo mais poderoso produzido no Japão.

O painel é quase monótono. Preto, com botõezinhos espalhados por volante e console. Poderia estar no Sentra, mas há uma diferença.

Debaixo da tela do sistema de informações do automóvel, três chaves parecidas com comandos usados em aviões permitem modificar a rigidez dos amortecedores, o sistema de controle de estabilidade e até a forma de usar o câmbio de seis marchas e dupla embreagem.

Mil unidades saem por mês da fábrica de Tochigi. Cada motor 3.8 V6 biturbo (545 cv) recebe uma plaqueta com o nome do engenheiro responsável. O "nosso" é assinado por Nobumitsu Gozu.

A Nissan diz ter mexido na suspensão para que o carro pudesse rodar com alguma suavidade, além de adicionar LEDs para-choque dianteiro. Essa é uma exigência de segurança em mercados europeus, pois tornam mais fácil a visualização do carro. As lâmpadas têm ar de improviso no GT-R e, de certa forma, são. Não faziam parte do projeto original.

Serão duas voltas no autódromo Velocittá, em Mogi Guaçu (a 164 km de São Paulo). Pequenos cones azuis indicam os pontos das tomadas de curva, e o carro é colocado em modo Racing. As reações são menos brutas do que se imagina, embora a capacidade de acelerar o coloque em pé de igualdade com Porsche 911 Turbo ou Lamborghini Gallardo.

Esse é o pulo do gato japonês: o GT-R desafia os modelos mais famosos do segmento e diz até ser mais rápido- a Nissan afirma que o carro chega aos 100 km/h em 2,9s. Porém, custa menos.

Caso seja vendido aqui, o bólido oriental terá preço próximo a R$ 500 mil. O Porsche 911 mais em conta, sem turbo, sai por R$ 629 mil. Turbinado, chega a R$ 949 mil.

Parece que, diante desses valores, o supercarro da Nissan teria potencial para fazer sucesso no Brasil, mas a matemática é complexa.

PERFEITA SIMETRIA

Tudo o que envolve Godzilla passa pela matriz. Até o logotipo "GT-R" usado no Salão de São Paulo veio do Japão para evitar erros de confecção. A simetria deve ser perfeita.

Diante disso, montar uma estrutura de vendas é bem mais do que colocar o carro na loja ao lado de March e Versa. É preciso mandar engenheiros para longos treinamentos na matriz, criar pontos exclusivos para apresentar o carro, investir pesado para vender pouco.

O sistema de som da marca Bose traz uma tecnologia que monitora o som do motor e também o gerado na cabine. Esse sistema emite uma frequência oposta a ruídos considerados desagradáveis, para anulá-los. Não deu para saber se funciona direito, pois ouvir rádio era o menos importante naquele dia.

Ter um Porsche 911 dispensa explicações, pois o mito se basta. Com o GT-R, a coisa é diferente. Só os que possuem alguma cultura automotiva entenderão o que representa esse carro japonês com saídas de escapamento que parecem trombetas.

 

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