Mitsubishi Lancer Evolution se despede com série especial no Brasil
DE SÃO PAULO
A Mitsubishi já anunciou: o Lancer Evolution X deixará de ser produzido em 2015. E não dará lugar a uma nova geração, já que a fabricante japonesa decidiu que um crossover esportivo ocupará o lugar do modelo. É o fim de uma era.
O primeiro Lancer Evolution foi lançado em 1992 e, como o nome deixa claro, contou com dez gerações até o atual momento.
Famoso por pertencer a uma linhagem de sucesso no Campeonato Mundial de Rally (WRC), a versão esportiva do sedã Mitsubishi se despedirá em grande estilo no Brasil, com 90 unidades preparadas pelo engenheiro inglês John Easton, famoso por afinar os carros da marca.
O que muda é o motor 2.0 turbo, que passou de 295 cv para 340 cv, além de ter ganhado mais torque. O preço chega a R$ 220.990.
"O Lancer Evo oferece muitas possibilidades. Não é difícil extrair mais de 500 cv do seu motor", conta Easton, sem revelar suas receitas. Ele esteve em São Paulo para apresentar o carro.
A limitação para que o carro não tivesse um motor mais potente acabou sendo o câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas. "Essa caixa não aguenta muito torque, então temos que trabalhar em uma margem de segurança para garantir a durabilidade do conjunto", diz o engenheiro.
Com sua versão "civil" sendo vendida já há algum tempo no Brasil, dá para dizer que o Lancer Evolution X é um esportivo discreto. Em termos visuais, os itens que chamam mais a atenção são as entradas de ar no para-choque dianteiro e no capô, além do aerofólio traseiro.
Divulgação | ||
Lancer Evolution X preparado pelo engenheiro inglês John Easton tem 340 cv de potência |
No modelo 2015, há detalhes em vermelho na grade dianteira e as rodas passam a ter um tom cinza escuro. Por dentro, fora os bancos concha, a impressão é a de se estar em um sedã comum.
Na avaliação feita no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (a 164 km de São Paulo), havia unidades do Evolution X convencional disponíveis para teste.
Foi possível comparar os modelos e ter uma real noção de quanto essa edição John Easton é melhor em termos de desempenho.
As diferenças ficam aparentes logo nos primeiros metros na pista. O torque extra faz com que a série especial seja mais ágil nas saídas de curva. O câmbio parece tolerar melhor reduções agressivas.
Em termos dinâmicos, nada muda. Estável, é fácil apontar a dianteira do Evo X em direção às curvas, bastando um golpe de direção para tal. Por falar em direção, ela tem operação mais pesada, como um esportivo deve ser, e copia bem o solo.
A tração integral evita sustos em uma condução esportiva, e mesmo a tendência de o modelo sair de dianteira na saída das curvas é facilmente contornada ao se aliviar o pé do acelerador.
Mesmo com os controles de tração e estabilidade desligados, o esportivo parece ser à prova de barbeiragens, tamanha sua docilidade.
Para aqueles que tiveram a oportunidade de dirigir qualquer geração do esportivo, sua despedida certamente deixará saudade e fará com que o Subaru WRX fique praticamente sem rivais.
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