Para agradar a diferentes públicos, salão mistura veículos "verdes" e carrões V8
EDUARDO SODRÉ
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT
Do lado de fora do hotel, uma fila de utilitários esportivos Chevrolet está disponível para testes por Detroit. Todos com motor V8, que mantém público grande e fiel nos Estados Unidos -principalmente agora, com a gasolina custando o equivalente a R$ 1,30 por litro.
A cerca de 200 metros dali, dentro do centro de exposições Cobo Hall, a mesma marca exibe a nova geração do Volt e o compacto Bolt. O primeiro é híbrido; o segundo, elétrico. Eles são os maiores destaques do estande.
Divulgação | ||
Bolt, o compacto da Chevrolet quer ser "o elétrico das massas" e competir com preços a partir de U$ 30 mil. Ele promete ainda 320 km de autonomia com apenas uma carga |
Essa dupla personalidade é a característica do Salão de Detroit 2015. A cada nova etapa da legislação que obriga a redução de emissões, as montadoras precisam investir mais em carros menos poluentes, e convencer o público a comprá-los.
As fabricantes têm que atender a médias de emissões por frota. Por isso não é preciso extinguir os motores e os veículos mais "sujos", mas torna-se necessário lançar e vender opções "verdes" para equilibrar a conta.
"Entre 2020 e 2025, teremos que reduzir nossa média de emissões em 4% por ano. É uma meta bastante elevada", disse um engenheiro do Chrysler.
Para Dan Amann, presidente da General Motors, a apresentação de carros "verdes" em Detroit segue o ciclo de renovação de produtos, com todos os modelos dividindo espaço nas concessionárias. "Em 2014, apresentamos a renovação da picape Silverado e de outros utilitários. Agora temos o Volt", disse o executivo.
A Nissan é outro exemplo de como é necessário –e difícil– agradar a diferentes públicos no cenário atual da indústria. Após anos trabalhando para transformar o elétrico Leaf em um carro de sucesso nos EUA, a marca japonesa concentra todas as suas fichas na gigantesca picape Titan, que é o único veículo exposto no igualmente grande estande da marca.
A empresa garante que o utilitário está até 20% mais eficiente do que antes e que não vai deixar de apostar na mobilidade limpa.
"Continuamos a investir fortemente nos carros de emissão zero e também nos veículos autônomos, que acreditamos ser uma ferramenta importante para reduzir o estresse no trânsito", afirmou Carlos Ghosn, presidente da Aliança Renault-Nissan.
Jewel Samad/AFP | ||
Picape da Nissan impressiona pelo tamanho; modelo está disponível com motores V6 e V8 |
Todas as empresas que apresentam carros com grandes motores em Detroit se apressam em dizer que a evolução tecnológica ajuda a reduzir o consumo e as emissões. A Ford fez isso ao mostrar a picape Raptor, uma F-150 com cara de malvada.
Seu 3.6 V6 turbo entrega 417 cv de potência, mas sem queimar tanta gasolina quanto as picapes V8, garante a montadora.
O câmbio de dez marchas mostra que ainda não há limites para as transmissões modernas, e a grade frontal preta com o nome "Raptor" em baixo relevo completa a lista de exageros.
Geoff Robins/AFP | ||
Nova picape Raptor promete potência e maior eficiência de combustível |
Apesar de chamar a atenção, esse utilitário não é a principal atração da Ford em Detroit. O posto é ocupado pela nova geração do superesportivo GT.
O modelo Terá motor V6 biturbo com mais de 600 cv, carroceria em fibra de carbono, suspensão ativa e câmbio automatizado de sete marchas e dupla embreagem.
SENNA
Outro esportivo em destaque é o Acura NSX, desenvolvido pela Honda. Segundo engenheiros que trabalharam no projeto, a segunda geração segue os mesmos preceitos da primeira, cujo desenvolvimento foi assessorado por Ayrton Senna, no início dos anos 1990. Na época, o piloto estava na McLaren, que usava motores japoneses.
Alinhado aos novos tempos, o bólido japonês tem tecnologia híbrida.
O NSX é equipado com um novo V6 biturbo de injeção direta, transmissão de dupla embreagem (nove marchas) e sistema Sport Hybrid.
Mark Blinch/Reuters | ||
Acura NSX é um dos principais lançamentos do Salão de Detroit 2015 |
O funcionamento é complexo: enquanto um dos motores elétricos atua no no eixo traseiro, os outros dois movem as rodas dianteiras. O resultado é maior potência (a Honda ainda não divulgou esse dado) com menor consumo.
Viagem a convite da General Motors do Brasil
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