Publicidade
10/05/2015 - 02h00

Depois dos R$ 50 mil, câmbio mecânico fica mais raro, porém mais confortável

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"
RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO

A decisão de Luciana Carla Pinho Berezutchi, 40, pela versão com câmbio manual do seu Honda Fit Twist 2014 não foi guiada por fatores mercadológicos, mas apenas por prazer.

"Gosto de dirigir, mudar de marcha. Como ando muito em rodovias, sinto que estou mais no controle nas ultrapassagens. Também acho que consigo maior agilidade na arrancada", justifica a engenheira civil.

À época do seu lançamento, o Fit de apelo aventureiro custava R$ 57,9 mil na versão manual. Com câmbio automático, ia a R$ 60,9 mil.

"Quando comprei o Fit, fiz o teste drive com o automático. Apesar de ter conseguido o mesmo valor nas duas opções, acabei optando pelo manual", explica.

Jorge Araujo/Folhapress
Câmbio manual pode equipar versão de topo do VW Spacefox (esq); no Honda Fit, apenas a versão básica
Câmbio manual pode equipar versão de topo do VW Spacefox (esq); no Honda Fit, apenas a versão básica

RARIDADE

Câmbios mecânicos estão sumindo. Em 2011, a Lamborghini anunciou que não fabricaria mais seus superesportivos com esse tipo de transmissão, que então representavam 2% de suas vendas.

A preferência por caixas automáticas (ou automatizadas) não é exclusiva da marca italiana.

Se quisesse trocar seu Fit 2014 por um modelo 0 km, Luciana teria que se contentar com as versões básicas do monovolume. Isso porque as configurações de topo não oferecem câmbio manual nem sequer como opcional.

ESPARTANO

A versão básica do novo Fit com câmbio manual (DX) custa R$ 49,9 mil e traz o essencial -ou quase.

Apesar de ser equipada com ar-condicionado e direção com assistência elétrica, os espelhos externos têm ajustes manuais.

Mais equipada, a opção LX (R$ 54,2 mil) que passou pelo teste Folha-Mauá vem com rodas de liga leve e ajuste de altura da coluna de direção.

A alavanca do câmbio de cinco marchas não pede esforço para se mover, e o pedal de embreagem acompanha a leveza. Mesmo em um dia de trânsito pesado, que exige mais trocas de marchas, foi possível rodar sem fadiga na perna esquerda.

Em comparação à versão automática (CVT que simula sete marchas), o Fit manual foi ligeiramente mais rápido nas acelerações e cerca de 5% mais econômico.

Mas a ligeira vantagem (e o preço menor) não foram suficientes para dizer que a opção com caixa de marchas convencional é a melhor. Nesse caso, o CVT só não é indicado para quem faz questão de trocar as marchas.

MÉDIOS REÚNEM MAIS OPÇÕES DE CÂMBIO MANUAL

Ao mesmo tempo que rareiam acima dos R$ 50 mil, os câmbios mecânicos também ficam mais confortáveis e instigantes depois dessa faixa de preço.

Engates mais precisos, confortáveis e silenciosos se diferenciam dos modelos mais populares.

Referência em exatidão, a caixa MQ200 da Volkswagen ganha a sexta marcha na perua SpaceFox. A vantagem é inquestionável: a 120 km/h, o motor gira a apenas 2.000 rpm, o que faz o consumo rodoviário chegar a respeitáveis 12,8 km/l de etanol e 16,7 km/l de gasolina.

O manuseio do câmbio é um dos pontos elogiáveis na convivência com a perua que acaba de ser reestilizada, mas que continua devendo um interior mais ergonômico.

Comandos do volante bem posicionados não eliminam o desconforto da posição de guiar, muito elevada, e que tem na parte inferior do painel um obstáculo para o joelho direito.

EMBORRACHADO

Como a SpaceFox, o Chevrolet Cruze passou por uma recente reestilização (mais sutil do que a da perua) externa, sem que mudanças ocorressem no interior.

Ivan Ribeiro/Folhapress
GM Cruze tem engates mais macios e precisos dos que os do Fiat Bravo
GM Cruze tem engates mais macios e precisos dos que os do Fiat Bravo

No caso do hatch, contudo, nem precisava: sua cabine continua atual e, mais importante, um bom exemplo de bons tratos aos ocupantes.

Largos, seus bancos seguram bem os ocupantes nas curvas, graças a um apoio lateral eficaz.

No caso do motorista, é fácil combinar a posição do banco com um volante de ajustes amplos tanto em profundidade quanto em altura.

A posição de guiar que pende para a esportividade encontra uma alavanca de câmbio de engates curtos e notavelmente suaves, cuja borracha que lhe envolve parece forrar também as engrenagens internas, dada a maciez das trocas.

Seu deslize, contudo, está no preço: por R$ 72.450, deve GPS, item já comum em carros de preços inferiores.

Ainda assim, seu conjunto o coloca à frente do Fiat Bravo em desempenho, enquanto que no consumo eles praticamente empatam.

Parte da explicação está na relação peso/potência, mais favorável ao Cruze.

A outra parte está no câmbio, mais rápido no GM.

O revide do Fiat está em equipamentos ausente no rival, como o recurso que deixa a direção extremamente leve, facilitando as manobras. Basta apertar um botão para que suas reações voltem ao normal.

PREMIUM

Comuns na Europa, os carros premium com câmbios manuais são raros no Brasil.

Por lá, é comum ver modelos das alemãs Audi, BMW, Mercedes e Porsche com caixas mecânicas, seja nas versões básicas ou até nas mais caras.

Por aqui, esse tipo de transmissão está ligada a carros mais caros quando se trata de esportivos, como o Honda Civic Si (R$ 119,9 mil) e o Mini Cooper S (R$ 103.950).

 

Publicidade

 

Publicidade

 
Busca

Encontre um veículo





pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag