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17/05/2015 - 02h00

Menos aristocrático, Jaguar XE faz frente aos alemães com recursos tecnológicos

EDUARDO SODRÉ
ENVIADO ESPECIAL A ELCIEGO (ESPANHA)

O quarto do hotel está enfeitado com pôsteres e almofadas de cores vivas. As estampas são uma visão estilizada do Jaguar XE, novo sedã de luxo inglês. É nessa atmosfera "pop art" que a marca recebe os convidados de seu lançamento mais importante em anos.

O primeiro contato com o carro havia ocorrido horas antes, no pequeno aeroporto de Vitoria, no País Basco.

Enfileirados, os veículos esperam seus motoristas. Todos têm motor 2.0 turbinado (240 cv), herança da era Ford. Essa configuração estreia no Brasil entre setembro e outubro. Os preços devem começar em R$ 170 mil, valor competitivo no segmento.

É também a opção cotada para ser produzida em Itatiaia (RJ). A fábrica, que está em fase de construção, começa a operar em 2016.

PÓLEN

Após uma breve apresentação do produto, tem início a avaliação. Faz calor no norte da Espanha, e o pólen suspenso no ar atormenta os alérgicos. Até então, o filtro do ar-condicionado é o equipamento de série mais valorizado neste Jaguar.

Mas há mais. Aperta-se o botão de partida e, no console central, o comando giratório do câmbio automático sobe suavemente. Esse recurso não é novidade, mas ainda impressiona.

O carro "belisca" a faixa lateral de uma pista estreita e o volante vibra, avisando ao motorista que é preciso parar de se distrair com a central multimídia e prestar mais atenção na via.

A tela sensível ao toque do sistema de entretenimento é mesmo capaz de desviar olhares. Funciona como um smartphone, inclusive reproduzindo a tela do celular e aceitando comandos como aumentar ou deslizar a tela.

Surge uma estrada livre pela frente, com velocidade máxima de 120 km/h. Esse Jaguar XE 2.0 é mais reativo que os "irmãos" XF e XJ, fazendo com que o motorista perceba melhor as reações do carro. É um toque de esportividade herdado do cupê F-Type.

Davi Ribeiro/Folhapress
Jaguar XE terá cponcorrência do Volvo S60, do Mercedez Classe C e do BMW Série 3
Jaguar XE terá concorrência do Volvo S60 (á esq.), do BMW Série 3 (centro) e do Mercedes Classe C (à dir.)

O desempenho não surpreende, pois o motor já é um velho conhecido -no Brasil, equipa versões do Ford Fusion e do Land Rover Evoque. A máquina faz boa dupla com o câmbio automático de nove marchas, mas, pelo histórico de testes, não deverá ser tão eficiente quanto o 2.0 turbo da linha BMW.

Isso não chega a ser um problema, pois há uma poderosa versão V6 (340 cv), que também virá para o Brasil.

DESPOJADO

Carros da Jaguar são aristocráticos por natureza, característica que resistiu aos anos sob o controle da Ford. O XE, porém, é diferente.

Os bancos de couro sem máculas e os acabamentos em alumínio ou em tons de madeira permanecem, mas a aura é mais despojada. Trata-se de um modelo para ser dirigido, e não para levar seu proprietário no banco de trás -até porque o espaço ali não é dos melhores.

Nas curvas mais acentuadas do trajeto, o XE mostrou comportamento exemplar. Seus 1.500 quilos parecem menos, e as intervenções dos controles de estabilidade são pouco percebidas.

A tração traseira ajuda a roubar ainda mais espaço de quem viaja atrás, pois o túnel central da transmissão atrapalha a acomodação de um terceiro passageiro. Porém, o sistema é um dos responsáveis pela boa dirigibilidade, como ocorre nos rivais BMW Série 3 e Mercedes Classe C.

NOVA FASE

A Ford traz o mérito de ter mantido a Jaguar viva e injetado o capital necessário para seu crescimento. Contudo, a parceria abalou o orgulho britânico com modelos tipo o X-Type, algo como um Mondeo emergente.

O sedã XE já é um projeto da era Tata, empresa indiana que, além de atual proprietária do grupo Jaguar Land Rover, produz o Nano, carro mais barato do mundo.

Funciona assim: os ingleses entram com projetos e ideias, enquanto os indianos dão o suporte e o dinheiro necessário para realizá-las. Apesar das diferenças, os resultados falam por si.

Além de renovarem toda a linha de carros da Jaguar Land Rover, a Tata registra seguidos trimestres de crescimento no lucro.

"A fusão com a Tata aconteceu no auge da crise global, entre 2008 e 2009. Poderia parecer um mau momento, mas deu certo", disse Julian Hetherington, diretor responsável pela implantação da fábrica de carros ingleses em Itatiaia (RJ).

NO BRASIL

Hetherington usa o mesmo raciocínio para afirmar que o momento difícil da economia brasileira não o assusta, e lembra que o segmento de luxo está crescendo no país.

A opinião é compartilhada por Jonathan Griffiths, diretor de produto da Jaguar. Questionado sobre a possibilidade de o XE ser produzido no país, ele sorri e devolve com outra pergunta: "O que você acha? É um bom carro para o Brasil?". Quando um executivo diz isso, pode-se esperar pela versão nacional.

Viagem a convite da Jaguar Land Rover

 

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