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31/05/2015 - 02h00

Testes de impacto tornam carros pequenos mais seguros; veja vídeo

RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO

A construção do primeiro laboratório de crash test no Brasil, em 31 de março de 1971, na antiga instalação da Volkswagen no bairro do Ipiranga (zona sul de São Paulo), indicava que o país acompanharia a Europa e os EUA em segurança veicular.

Porém, o debate sobre o que é preciso aprimorar ou mudar nos automóveis produzidos no Brasil e em seus parceiros na região ficou adormecido por quase quatro décadas.

Apenas com a chegada ao Brasil, em 2009, do Latin NCAP –braço para a América Latina da Global NCAP, organização que testa de forma independente a segurança de carros ao redor do mundo– é que a integridade dos ocupantes dos automóveis foi parar sob os holofotes.

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Os primeiros testes, em agosto de 2010, revelaram que havia muito a evoluir: à época, o carro mais vendido do país, o VW Gol, recebera apenas três estrelas na proteção a adultos e duas para crianças. Melhor desempenho teve o Toyota Corolla, com quatro e uma estrelas, respectivamente.

Assista

A boa notícia é que a velocidade do avanço tecnológico agora é inversamente proporcional à hibernação das décadas anteriores.

O próprio Corolla é um exemplo disso: a geração atual, que passou pelo teste em outubro de 2014, recebeu cinco estrelas em proteção para adultos e quatro para crianças, mesmo resultado do Ford Focus atual.

O Volkswagen Golf foi além: cinco estrelas nos quesitos adulto e infantil.

"Estamos em uma fase de evolução cujo crescimento tecnológico é altíssimo. Nos últimos três anos demos passos enormes, com investimentos não só na legislação, mas também em testes e equipamentos", explica Ricardo Plöger, gerente de Segurança Veicular da VW do Brasil.

SEIS EM UM

O avanço tecnológico a que se refere Plöger levou a carros mais seguros.

Durante a visita da Folha às instalações do laboratório de crash test da VW -que em 1989 foi transferido para a unidade fabril da via Anchieta e, em 2008, foi reformulado-, um Golf de sétima geração, já produzido em São José dos Pinhais (PR), aguardava mais um teste.

Uma aura de resignação lhe envolvia, embora já tivesse colidido três vezes frontalmente e duas nas laterais.

"O teste lateral é mais delicado, pois não há pontos de deformação na coluna. Por isso, o sistema tem que funcionar de forma mais sensível, deflagrando o airbag mais rapidamente", diz Plöger.

Antes de passar para a fase de análises estruturais e ser destruído, o VW seria abalroado pela sexta vez, agora na traseira, para medir a estanqueidade do reservatório de combustível.

São feitas colisões em diferentes velocidades, desde 5 km/h a até 64 km/h, com diferentes tipos de barreira.

Mais resistência é uma das qualidades da plataforma MQB (sigla em alemão para plataforma modular para carros com motor transversal), que a VW enxerga como base futura para mais carros da marca -a próxima geração do compacto Gol, prevista para estrear até 2017, será montada sobre essa arquitetura.

PEQUENOS SÃO BENEFICIADOS

A evolução nos padrões de segurança beneficiou também os carros compactos.

Testado em abril deste ano pelo Latin NCAP, o Citroën C3 obteve quatro estrelas para proteção de adultos e duas para crianças. Faltou ao modelo o sistema de ancoragem e travamento para cadeiras infantis adequado ao padrão internacional Isofix, que teria elevado sua pontuação no último quesito.

"A cadeirinha infantil sem as travas que a fixam à carroceria não conseguiu evitar um excessivo deslocamento para frente durante o impacto", diz o laudo do instituto.

A mesma pontuação teve o Toyota Etios, que também não oferece o Isofix no banco traseiro. O Peugeot 208 conseguiu três estrelas no quesito, pois traz os encaixes para cadeirinha.

O item também é encontrado no Ford Fiesta, que obteve quatro estrelas tanto na proteção a crianças quanto na segurança de adultos.

O maior nível de proteção entre os compactos é encontrado no menor da turma, o Volkswagen Up!.

As cinco estrelas para os ocupantes da frente são fruto não só dos airbags, mas também dos pré-tensionadores. Em caso de colisão, esse sistema aciona um mecanismo que aumenta a tensão do cinto sobre o corpo do ocupante, diminuindo seu deslocamento devido à desaceleração provocada no impacto.

SEM "DUMMIES", SEM CRASH

O humanoide dos testes de colisão merece cuidados. Batizado de "dummy" (boneco em inglês), ele reproduz o biotipo médio da população, no formato de homem, mulher, criança de três anos e bebê de um ano e meio.
Os bonecos usados em testes de colisão lateral vão para uma oficina (lembra um hospital) após três rodadas de batidas. Lá são desmontados e têm a precisão de seus sensores verificada. Depois, voltam ao trabalho.
Um 'dummy' de uma criança de três anos pode custar o equivalente a R$ 600 mil. O preço de um adulto passa de R$ 1,5 milhão.

Eduardo Knapp/Folhapress
Bonecos ("dummies") usados em crash tests feitos pela VW; os "adultos" custam mais de R$ 1 milhão
Bonecos ("dummies") usados em crash tests feitos pela VW; os "adultos" custam mais de R$ 1 milhão
 

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