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15/06/2015 - 14h57

Tecnologia busca diminuir intervenções do motorista na direção do carro

DE SÃO PAULO

A manjada anedota de que o problema dos carros está na "peça entre o volante e o banco" é uma verdade estatística.

Estudos recentes conduzidos no Brasil e em diversos países discordam pouco em termos numéricos e atestam que algo entre 80% e 90% dos acidentes no trânsito são causados por erro humano.

Portanto, não é de se espantar que a maior parte dos esforços tecnológicos das montadoras e fabricantes de peças para tentar diminuir tais números procure tirar a importância do homem no processo de condução.

Na visão das montadoras, quanto menos o motorista interferir, ou quanto menor forem os riscos de um erro humano, melhor.

CONTROLES E RADARES

VW Golf e Ford Focus, por exemplo, oferecem como opcionais itens que evitam erros corriqueiros com potencial para causar acidentes, como a saída involuntária de uma faixa de rodagem.

Além desses, sistemas de controle de velocidade, radares e sonares que varrem a via para diminuir ritmo, aplicar possíveis frenagens e controlar a estabilidade nas curvas já são realidade.

"Aos itens de segurança passiva, como cintos de segurança e airbags, é preciso adicionar esses de segurança ativa, para prevenir os acidentes de trânsito", explica Márcio Alfano, diretor de engenharia da Ford do Brasil.

Até mesmo a fadiga dos motoristas já pode ser lida e interpretada pelo carro.

"Com câmeras e sensores no volante, o veículo percebe alterações de comportamento do motorista que indicam que ele possa estar cansado e recomenda, por meio de sinais sonoros e luminosos, que é hora de descansar", conta Alexandre Pagotto, chefe de marketing da Bosch.

ALTO PREÇO

Atualmente, instalar os opcionais de segurança ainda encarece muito um carro. O Golf, cujo preço do modelo básico é R$ 79,9 mil, pode chegar a quase R$ 100 mil com os opcionais.

"A questão é que hoje, como há pouco interesse nestes itens, ainda não é possível ter escala para torná-los mais baratos", diz Márcio Alfano.

No Brasil, a legislação, branda se comparada a outros países, também contribui para que poucos carros tenham itens de segurança mais avançados.

O CTB (Código de Trânsito Brasileiro) exige apenas que os carros fabricados a partir de 2014 tenham airbags frontais, freios ABS (que evitam o travamento das rodas) e cintos de segurança de três pontos e encostos de cabeça para o motorista, o carona e os passageiros das extremidades do banco de trás.

Para o passageiro que viaja na parte do meio do banco traseiro, basta, segundo a lei, o cinto abdominal (que passa apenas pela cintura).

AUTÔNOMOS

É a evolução dos itens de segurança que permite a existência de veículos que possam se locomover sem a necessidade de intervenções de um motorista.

"Em dez anos, seu carro poderá deixar você, parar sozinho no estacionamento e depois lhe buscar ao fim do jogo de futebol a partir de coordenadas do navegador GPS", acredita Jorge Mussi, diretor de relações governamentais e serviços ao cliente da sueca Volvo.

Junto com a prefeitura da cidade de Gotemburgo (Suécia), universidades e autoridades de trânsito, a fabricante trabalha para colocar 100 veículos autônomos nas ruas em 2017.

O carro que se dirige sozinho é uma meta até de empresas alheias ao mundo automotivo, como a Google, que desenvolve um projeto do tipo na Califórnia.

"Algo como o piloto automático dos aviões é um objetivo possível para os carros a partir da década de 2020", acredita Pagotto, da Bosch.

 

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