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14/06/2015 - 02h00

Viajar de moto nos meses de frio requer equipamento adequado

DE SÃO PAULO

A saída de São Paulo acontece em uma manhã gelada, com temperatura de 15ºC, às 7h30. Há 500 quilômetros pela frente, até a chegada em Paranaguá (PR). A companheira de viagem é uma Honda XRE 300, moto de uso misto produzida em Manaus.

O frio do outono torna-se mais forte sobre duas rodas e em alta velocidade. É preciso vestir jaqueta impermeável, luvas, botas e um bom capacete. Em algumas situações, uma camisa térmica, tipo segunda pele, é aconselhável.

Segundo Flávio Adura, diretor científico da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, baixas temperaturas podem causar doenças respiratórias e outros transtornos.

O maior risco é a hipotermia -quando a temperatura corporal fica inferior a 35°C. Esse quadro afeta todo o funcionamento do organismo.

Devido ao aumento da atividade cardíaca, associado à contração de vasos sanguíneos dos membros, problemas cardiovasculares preexistentes podem se agravar. Artrites e artroses podem ser potencializadas pelo enrijecimento de articulações devido às baixas temperaturas.

A exposição ao frio também pode levar ao surgimento de ulcerações causadas pelo congelamento de vasos sanguíneos.

De moto, a 100 km/h,com 16ºC de temperatura, a sensação térmica é de 5ºC.

O cálculo tem por base equações do físico americano Paul Siple (1908-1968). O frio é uma ciência exata, não se deve brincar com ele.

COURO PERDE ESPAÇO

Popularmente chamadas de "cordura", as vestimentas específicas para motociclismo só viraram sucesso de público na última década.

As roupas são feitas de poliéster -"cordura" é marca registrada pela DuPont no final dos anos 1920, para aplicações militares.

Segundo Alexandre Wunderlich, gerente de projetos do grupo Laquila/Texx, o material sintético usado atualmente em calças e jaquetas para motociclismo acabou tomando o lugar do couro. "Esse tipo de poliéster ganhou espaço pela leveza e por ter alta resistência a perfuração, abrasão, rasgos e vento, além de secar com facilidade", diz.

Segundo Wunderlich, os equipamentos podem trazer outros tecidos tecnológicos na composição, a exemplo do náilon, da poliamida e até da aramida, muito usada em blindagens.

Luiz Carlos Govea, da loja X-Brasil, alerta que uma boa jaqueta deverá ter aberturas por zíperes para circulação do ar, assim como um forro térmico interno -de preferência retirável- para ajudar a suportar o vento frio.

"O agasalho para uso em viagens não deve ser tão leve, e o ideal é que traga uma membrana interna que iniba a entrada de água", afirma.

Durante a viagem de São Paulo a Paranaguá (PR), foi possível usar vários tipos de equipamentos para suportar o frio. O trecho mais crítico, nos primeiros 40 km de volta, conciliou chuva forte e uma temperatura de 16°C.

Foi preciso fechar todos os zíperes da jaqueta e da calça. Ainda assim, o vento gelado e a água incomodaram.

É por isso que, para garantir isolamento completo do corpo em regiões frias de fato (perto ou abaixo de 10ºC), é essencial investir em alguns itens adicionais. Os mais elementares são as blusas e as calças do tipo segunda pele -ou térmicas-, também feitas de poliéster e muito usadas por alpinistas.

O material permite que o corpo respire no calor e que, no frio, conserve sua temperatura. O ideal é que a segunda pele seja usada justa e sem mais nada por baixo.

Esse tipo de malha pode ser encontrado nas lojas de esportes em diversos "níveis" de aquecimento, modelos e preços. Algumas peças podem ser usadas como roupa comum.

HONDA XRE VAI BEM NA ESTRADA

Lançada em 2010 como sucessora direta da XR 250 Tornado, a Honda XRE 300 nasceu com ciclística aprimorada e ares de moto maior. Suas características agradam aos que buscam uma motocicleta de uso misto.

Em seus cinco anos de mercado, a XRE passou por algumas mudanças. Houve evoluções tanto na mecânica- a chegada do motor flex de 26,3 cv foi a principal- como no visual. As carenagens frontais, por exemplo, Ficaram mais envolventes.

A versão Rally utilizada na viagem entre São Paulo e Paranaguá (PR) foi lançada no começo deste ano. Seus adesivos são mais chamativos e remetem ao uso "off-road".

Vendida apenas com sistema de freios ABS combinado (que evita o travamento das rodas e distribui a frenagem entre as rodas), essa versão da XRE tem banco vermelho e custa R$ 16.576.

A suspensão calibrada para pisos esburacados corresponde bem em curvas, mas os pneus de uso misto, apesar de oferecerem boa aderência, são bastante ruidosos.

Nos trechos de subida durante o percurso -passando, por exemplo, pela Serra da Graciosa, em Curitiba- o sistema de frenagem mostra seu valor. O ABS também ajuda a manter a moto sob controle em trechos com Paralelepípedos molhados e carros repletos de turistas.

 

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