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21/06/2015 - 02h00

Evolução da espécie: veja a trajetória dos carros sul-coreanos no Brasil

DIEGO IWATA LIMA
DE SÃO PAULO

No início, era a Besta –além da Towner e da Topic. Foi principalmente com as emblemáticas e populares vans, súbita febre no início dos anos 1990, que as montadoras sul-coreanas iniciaram atividades no Brasil.

Mas há tempos falar do país asiático não é mais discutir utilitários com design sem muita inspiração e vocação para o trabalho. Os tempos mudaram, os automóveis evoluíram e ganharam o mundo.
Desde meados dos anos 2000, carros da Coreia do Sul também são referência em termos de projeto.

"Quando começamos, era impossível imaginar que um dia teríamos esse nível de produto para vender", diz José Luiz Gandini, 58, presidente do grupo que comercializa os automóveis Kia Motors por aqui desde 1993.

A HORA DA VIRADA

"A guinada para os sul-coreanos veio em 2006, quando o alemão Peter Schreyer, ex-Volkswagen, assumiu a diretoria de design da Kia Motors", afirma Milad Kalume Neto, 40, da consultoria automotiva Jato.

Schreyer, 62, deu aos carros da Kia uma identidade. O trabalho foi tão apreciado pelos chefes que, seis anos mais tarde, o alemão se tornaria presidente da companhia. No mesmo ano, assumiu também a chefia de design de todo o grupo Hyundai, que comprara a falida Kia em um leilão, em 1997.

O executivo, que é dono de um Fiat 142 e de um Jaguar E-Type Coupé, clássicos do design automotivo, aposta em carros com linhas limpas. Optimus, Soul e Sportage foram idealizados por ele.

HISTÓRIA CONTURBADA

O primeiro modelo vendido pela Kia no Brasil foi uma picape de trabalho, em janeiro de 1993. Há alguns anos, José Luiz Gandini a localizou e a comprou de volta, para guardar como troféu.

Em 1995, foi a vez da Asia Motors desembarcar por aqui. "Joint venture" de brasileiros e sul-coreanos independentes da matriz, a Asia Motors do Brasil foi um sucesso comercial.

Somadas, Towner e Topic, alternativas à já cansada VW Kombi, venderam mais de 70 mil unidades por aqui e conquistaram adoradores. Contudo, a passagem da Asia Motors pelo Brasil foi marcada por problemas com a Receita Federal.

A dívida corrigida do braço brasileiro da companhia com o governo ultrapassa R$ 1,8 bilhão em incentivos concedidos para a construção de uma fábrica na Bahia, nunca realizada.

O problema atingiu até a Kia, que havia comprado a massa falida da Asia Motors na Coreia do Sul. A empresa conseguiu provar na Justiça que não teve relação com o projeto brasileiro.

A Hyundai já estava no Brasil em 1992, com o Excel. Mas só engrenou em 1999, quando o grupo Caoa assumiu sua importação e investiu na construção da fábrica de Anápolis (GO), onde são feitos os modelos iX35, Tucson e os utilitários HD e HR.

Hoje, além do grupo Caoa, a Hyundai está presente com uma fábrica construída pela matriz na cidade de Piracicaba (a 162 km de São Paulo), que produz a linha HB20.

AURA

Atualmente, os automóveis sul-coreanos de luxo (como o Kia Cadenza e o Hyundai Azera) já custam tanto quanto modelos das tradicionais BMW e Mercedes-Benz, por exemplo. Podem, então, concorrer com essas marcas?

"É um caminho difícil. Apesar da qualidade por vezes comparável, falta a eles a aura que as montadoras mais tradicionais têm", acredita Milad Neto, da Jato. "Mas já não devem nada a VW, Ford e GM, e estão muito à frente dos chineses", afirma.

 

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