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25/06/2015 - 14h00

"Bom não está, mas precisamos investir no Brasil", diz presidente da Volkswagen

FERNANDO VALEIKA DE BARROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SÃO CARLOS (SP)

Com lançamento previsto para julho deste ano, o Volkswagen Up TSI não mudará muito em relação ao estilo. A maior novidade está sob o capô: o compacto será o primeiro carro da marca no Brasil a contar com o EA 211 1.0 R3, um novo motor 1.0 com três cilindros, injeção direta, comando variável das válvulas de admissão e de escape e um turbocompressor. 

Divulgação
Volkswagen Up TSI
Volkswagen Up TSI

A nova tecnologia fez a potência do carro saltar de 82 cv na versão aspirada para até 105 cv no turbo, que quando abastecido com gasolina tem 101 cv. Também houve avanços no torque, que passou de 10,4 kgfm para 16,8 kgfm.

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novo motor 1.0 turbo de 3 cilindros rende até 105 cv
novo motor 1.0 turbo de 3 cilindros rende até 105 cv

"Esta nova família de motores coloca o Brasil em compasso com as melhores tecnologias de nossa marca", diz o sul-africano David Powels, presidente da Volkswagen do Brasil.

Em sua primeira entrevista como presidente da Volkswagen do Brasil, o executivo sul-africano David Powels falou à Folha sobre a fase de baixa do mercado brasileiro de automóveis - e prevê recuperação lenta.

*

 
Folha - É um bom momento para produzir veículos no Brasil? 
David Powels - "A economia do Brasil está em situação delicada, assim como a sua indústria automobilística. Pelos últimos números da Anfavea, a produção de 2015, que já foi de 3,6 milhões de unidades, não atingirá 2,75 milhões em 2015. A capacidade instalada do setor de veículos é muito maior do que o país poderá absorver. Bom não está, mas precisamos investir no Brasil".
 
Valeu a pena investir?
Uma montadora tem de fazer investimentos de longo prazo. A Volkswagen tem 62 anos neste país. A nossa primeira fábrica fora da Alemanha foi erguida aqui, em São Bernardo do Campo. Mesmo com desafios pontuais, nunca deixamos de olhar para o futuro do Brasil. Acreditamos na recuperação do setor, por isso a nova tecnologia em motores com foco na eficiência. Por isso fizemos um investimento de R$ 460 milhões para produzir novos motores TSI na fábrica de São Carlos".
 
Com o mercado brasileiro de automóveis andando de lado, quais são as alternativas para uma montadora lucrar por aqui? 
O grande problema do Brasil são os custos locais de produção. Mesmo com a desvalorização do real frente ao dólar, ainda custa caro fabricar aqui. Nesse país, a logística é cara, assim como a energia, a mão de obra e o preço da água. Na comparação com o custo de produção do México, por exemplo, fabricar um automóvel no Brasil custa entre 8% e 9% mais caro.   
 
Um programa de renovação da frota brasileira poderia ajudar neste momento? 
Sim, mas desde que não fosse um programa curto, que servisse apenas para antecipar compras. Um primeiro passo poderia ser feito no setor de caminhões, em que há veículos muito antigos em circulação. São inseguros e muito poluidores. O setor automotivo está discutindo uma proposta a este respeito com o governo.  Há uma proposta de que comece com caminhões, mas ainda não há uma definição.  
 
O senhor enxerga uma retomada vigorosa da produção de veículos no Brasil no curto prazo? 
Nós achamos que deve levar pelo menos cinco anos para nosso mercado recuperar os números de produção e vendas que já teve. Hoje, há uma capacidade instalada capaz de produzir 5,5 milhões de veículos. Mas, as vendas retraíram e as possibilidades de exportação são pequenas e os custos, altos. Só nos resta continuar a investir em produtos melhores e mais eficientes, como este novo motor 1.0.

 

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