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05/07/2015 - 02h00

Elétrico BMW i3 sobrevive à escassez de pontos de recarga em São Paulo

RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO

É sábado, fim de tarde, e o estacionamento de um shopping em São Paulo está lotado. Isso não é problema para quem chega lá de BMW i3: o piso da vaga destinada a carros elétricos, que abriga um dos poucos pontos de recarga da cidade, está brilhando -sugerindo que ninguém estaciona ali há dias.

Como se fosse uma celebridade, o i3 para calmamente na vaga e se apronta para reabastecer as baterias.

Basta à reportagem da Folha conectar o cabo de energia ao carro (simples como plugar o carregador do celular na tomada) e seguir rumo às compras. E não faltará tempo para isso.

Caso a energia da bateria esteja prestes a se esgotar, o posto de recarga rápida precisará de três horas para recarrega-la por completo. Na garagem de casa, em uma tomada de 220V, o ciclo levará cerca de oito horas.

PLANEJAMENTO PRÉVIO

Esse é um dos pontos cruciais do convívio com um carro elétrico em uma cidade ainda sem estrutura para receber veículos desse tipo: a escassez de pontos de reabastecimento exige planejamento antes de sair de casa.

A energia armazenada é suficiente para chegar ao próximo destino? Há tomadas na garagem da empresa?

Mesmo o dono de um i3, que é equipado com um gerador a gasolina que não deixa a carga acabar completamente e estende a autonomia de 160 km para até 300 km, sempre terá essas preocupações.

O FUTURO JÁ COMEÇOU

Nas ruas, o BMW i3 parece uma espaçonave trazida do ano de 2045 -um pouco pelo absoluto silêncio ao rodar e muito pelo design futurista.

Seu estilo atrai olhares, mas manda um recado: elétricos ainda são extraterrestres distantes de se tornarem uma opção de deslocamento urbano em massa.

O preço de tabela fixado em R$ 225.950 também faz o compacto i3 parecer de outro planeta. O maior problema é a falta de incentivos fiscais.

No Brasil, apenas modelos híbridos são beneficiados com reduções do imposto de importação de acordo com a eficiência energética.

BMW PRESERVA ESSÊNCIA ESPORTIVA NO I3

Fosse o i3 um hatch elétrico concebido por qualquer outra marca, não despertaria tanta expectativa sobre sua experiência ao volante.

Porém, trata-se de um BMW, e espera-se que ele mantenha a dirigibilidade dos modelos de luxo da marca alemã.

Editoria de Arte/Folhapress
PLUGADORecarga do i3 pode ser feita em tomadas comuns
PLUGADORecarga do i3 pode ser feita em tomadas comuns

Para exorcizar a fama de que carro elétrico não emociona (devido às ausências do ronco de um motor a combustão e das trocas de marchas), o i3 apelou a recursos geralmente infalíveis.

A tração, como em quase todo BMW, é traseira. Isso deixa a frente mais leve, com as rodas livres da obrigação de "empurrar" o veículo. A direção também faz sua parte ao atender prontamente a cada pequeno desvio de trajetória.

Ao bater a porta, o motorista se dá conta de que o i3 é mais do que uma curiosidade com motor elétrico.

O amplo espaço para as pernas e a elogiável posição de guiar impressionam. O volante é a peça mais destacada no interior, como se o automóvel tivesse sido construído ao redor dele.

O material das portas é reciclado, o que torna sua simplicidade algo menos relevante. Não há couro nos bancos, mas o revestimento é de boa qualidade.

Atrás, há espaço suficiente para dois adultos de até 1,80 m e facilidade para entrar e sair graças às portas traseiras de abertura invertida.

O amplo esterço das rodas ajuda nas manobras. É fácil encaixar o i3 nos pequenos espaços de uma cidade cada vez mais apertada.

Leveza é outra virtude indispensável para quem busca bom desempenho com economia de combustível. Com carroceria que combina fibra de carbono e alumínio, além da estrutura do painel de instrumentos em magnésio, o modelo pesa 1.315 quilos. É pouco para um automóvel de propulsão elétrica, que carrega pesadas baterias.

O motor de 170 cv entrega ao i3 desempenho superior às demandas de um carro urbano. De acordo com a BMW, o modelo pode chegar aos 100 km/h em 7,2s.

DESACELERAÇÃO

Pisar fundo no acelerador faz o i3 disparar, e tirar o pé do pedal faz o carro praticamente frear. O recurso serve para reaproveitar a energia dissipada pela frenagem e recarregar a bateria.

Essa desaceleração mais acentuada causa estranheza no começo, mas logo o motorista passa a usar o movimento a seu favor -sem recorrer ao pedal de freio quando há um semáforo adiante, por exemplo.

O que se mantém estranho mesmo após uma semana de uso é a atuação do motor de moto (650 cc), a gasolina, que serve como gerador. Ele entra em ação quando a bateria está prestes a se esgotar.

É indispensável em momentos em que há raros pontos de recarga rápida, mas seu barulho, similar ao de uma máquina de moer cana, é incômodo, para não dizer incompatível com o refinamento que se espera de um BMW.

PONTOS DE ABASTECIMENTO EM SP

Concessionária BMW Autostar
Das 8h às 18h
Av. Morumbi, 7.600

Shopping Anália Franco
Das 6h às 23h
Av. Regente Feijó, 1.739

MorumbiShopping
Das 10h às 22h
Av. Roque Petroni Júnior, 1.089

Shopping Pátio Paulista
Das 10h às 22h
R. Treze de Maio, 1.947

 

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