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25/07/2015 - 02h00

Mercado de usados está em alta; Gol lidera o ranking dos mais vendidos

JOSIAS SILVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando a pergunta é qual o carro mais vendido do Brasil, a resposta pode ser bem diferente da esperada. Se o Fiat Palio vendeu 10.884 unidades e o HB20, da Hyundai, 9.167, em junho entre os zero quilômetro, o realmente mais vendido chegou a impressionantes 89.941 unidades em somente um mês. E foi o VW Gol. Só que usado.

Enquanto os carros zero quilômetro continuam estacionados em pátios e concessionárias, os usados (principalmente os seminovos) mostram sua força. Neste ano complicado, para cada carro zero quilômetro que vai para as ruas, 3,3 usados são vendidos. Se a venda anual de novos alcançar 2,6 milhões, os usados deverão chegar aos 8,6 milhões em 2015.

Claro, não são todos os usados que vão bem. Enquanto o mercado nacional cresceu 4,8% no primeiro semestre (em relação a 2014), os seminovos (com até três anos de uso) cresceram 38,2%. Os mais "maduros" tiveram queda de vendas: 3% na faixa de 4 a 8 anos e de 3,7% na de 9 a 12 anos. Os "velhinhos" -com 13 anos ou mais- caíram 7,1%.

Segundo Ilídio Gonçalves do Santos, presidente da Fenauto (federação que reúne 48 mil revendedores de usados no Brasil, sendo mais de 14 mil no Estado de São Paulo), a menor venda dos veículos com mais de três anos foi largamente compensada pelo sucesso dos seminovos.

A venda de usados vem crescendo desde a crise de 2009 (quando a relação com os novos chegou a 1 para 1), mas ainda não retomou os níveis de 2008, de 5 para 1.

ATRAÇÕES

A Fenauto considera que o crescimento do mercado de usados é consistente, não depende da venda dos novos e "não é uma gangorra": quando desce a venda de novos, sobe a dos usados. O que tem atraído compradores é a facilidade para fazer comparações de preços na internet.

"Basta comparar, e o comprador verá que um carro com apenas dois anos já se desvalorizou em cerca de 30%. Além disso, o seminovo pode ter dupla garantia (do fabricante do carro e mais 90 dias de motor e câmbio do lojista), vir mais equipado e já ter a documentação paga", afirma.

Os preços se mantêm estáveis, pois "subiram somente 0,68% em um ano".

Também o comprador mudou, de acordo com a Fenauto. O financiamento, que já foi responsável por 70% das vendas, hoje representa apenas 30%.

De quebra, as ferramentas que tentam alavancar os zero quilômetro também são úteis para os seminovos. "O comprador tem uma carta contemplada de consórcio e percebe que, em lugar de um carro novo simples e pouco luxuoso, pode adquirir um seminovo de categoria superior e com muitos equipamentos", diz Santos.

Há cerca de 250 mil compradores com consórcios contemplados à procura de um veículo, novo ou usado.

As taxas de financiamento também estão atraentes para os seminovos, de até 1,4% ao mês, segundo a Fenauto.

Atualmente a inadimplência é mais baixa, pois as financeiras são mais criteriosas no cadastro dos compradores, oferecendo taxas variáveis de acordo com o perfil do cliente.

PREÇO VARIÁVEL

Os preços dos usados, segundo Santos, têm nas tabelas da Fipe ou da Molicar somente "uma referência".

Carros com baixa quilometragem e muitos equipamentos chegam a ser vendidos acima da tabela, enquanto modelos mais simples e bem rodados ficam abaixo.

A Fenauto diz que a flexibilidade para fechar um bom negócio é outra arma dos comerciantes: "Tem de tudo. De venda à vista com desconto, carta de consórcio, financiamento, até troca com troco".

Em meio à crise, o comprador pode dar seu carro mais velhinho de entrada, financiar a maior parte do valor do seminovo com uma boa taxa e ter um "troco" para se livrar de dívidas com o cartão de crédito ou cheque especial.

 

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