Nova geração ainda deseja carros, mas prioriza tecnologia e eficiência energética
DE SÃO PAULO
A ansiedade de completar 18 anos, tirar a habilitação e ter o primeiro carro já não faz parte do cotidiano de muitos jovens, tanto brasileiros quanto estrangeiros.
A nova geração de consumidores tende a não comprar veículos apenas por status. "Cada vez mais a aquisição de automóveis é analisada. Além dos gastos, a preocupação ambiental pesa na conta", afirma Lupercio Tomaz, diretor da rede social Campus Universitário, que reúne cerca de 50 mil estudantes brasileiros.
Uma pesquisa feita pela rede social a pedido da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) ouviu 404 estudantes brasileiros para entender a relação deles com os automóveis.
O QUE O JOVEM QUER
"Apenas 6% usam o carro como único meio de locomoção. A integração entre modais é claramente uma tendência para essa geração, que não se importa em usar transporte público e bicicletas", disse Tomaz.
Mesmo quando tem o desejo por um automóvel, a geração Y (nascidos entre 1977 e 1994, conforme metodologia adotada) tem outros critérios de compra.
EFICIÊNCIA
Se antigamente ter um carro estava atrelado a questões como liberdade e status, hoje as prioridades são tecnologia e eficiência energética.
"Mais de três quartos (76%) anseiam por tecnologias de reconhecimento, que detectem a presença de outros veículos nas vias, e 73% desejam ter acesso a uma tecnologia que lhes permitam saber quando excederam o limite de velocidade, por exemplo", diz Maurício Muramoto, diretor da consultoria Deloitte, dedicada ao setor automotivo.
A conclusão veio após uma pesquisa global, divulgada em outubro de 2014, que revelou que 83% dos jovens planejam comprar um veículo nos próximos cinco anos.
O estudo também aponta que, em cinco anos, 64% vão preferir um veículo que não utilize combustível fóssil, enquanto 72% se dizem dispostos a pagar mais por alternativas sustentáveis.
A sueca Volvo acredita que o futuro está nos carros autônomos. "Trabalhamos para que o cliente seja produtivo durante o tempo que esteja dentro do carro. A nova geração quer um veículo que a leve para lugares sem desperdício de tempo", afirma Jorge Mussi, diretor de assuntos governamentais da empresa.
Além disso, a fidelização às marcas será um desafio para as montadoras de automóveis, já que 88% dos consumidores da geração Y consideram três ou mais opções na hora de comprar um veículo.
EM BUSCA DE CLIENTES
Fisgar essa geração que parece menos interessada em automóveis e garantir a solidez dos negócios é um dos maiores desafios. Para isso, tentam associar sua imagem a temas essenciais aos novos consumidores.
Na Ford, o assunto é discutido há anos. Segundo David Borges, "o compartilhamento deve ganhar força e a conectividade será cada vez mais essencial", diz. É o que a marca tem reforçado na Campus Party, feira anual de tecnologia realizada em São Paulo da qual a montadora participa desde 2013.
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