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13/09/2015 - 02h00

Metade dos donos abandona plano de revisão no segundo ano com o carro

LEONARDO FARIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A busca por oficinas independentes para realizar a manutenção periódica do carro é uma prática comum no Brasil. De acordo com dados da consultoria Gipa, 27% dos consumidores que adquirem um carro zero-quilômetro não retornam às concessionárias nem para realizar a primeira revisão recomendada pela montadora.

O levantamento mostra também que 52% dos motoristas abandonam os planos oficiais de manutenção no segundo ano.

O técnico de estúdio Nyelson Carneiro, 28, é um exemplo disso. "Fiz a primeira e a segunda revisões do meu Chevrolet Onix na concessionária. Quando chegou o momento de realizar a terceira, pesquisei e encontrei oficinas que ofereciam o mesmo pacote de serviços pela metade do preço", justifica.

Danilo Verpa/Folhapress
SAO PAULO - SP - 08.09.2015 - Retrato de Nielson Carneiro, proprietario de veiculo que continua fazendo revisoes nas concessionarias apos o termino da garantia; que buscam outras oficinas apos esse periodo e que deixam de lado os servicos das concessionarias mesmo com a garantia em vigencia. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, VEICULOS)
O técnico de estúdio Nyelson Carneiro, 28, que deixou de frequentar autorizadas após seu Onix completar um ano de uso

Carneiro afirma que não se preocupa em perder a garantia, que é de três anos sem limite de quilometragem. "Já tive outros carros da marca, e o risco de ter problemas em um ano é muito baixo".

FIDELIZAÇÃO

As fabricantes de automóveis vêm se movimentando para aumentar o tempo de permanência dos clientes em contato com as concessionárias. Garantias longas -de até cinco anos, como no caso da Hyundai e da Kia- e pacotes de revisão com preço fixo já se tornaram padrão.

Essas iniciativas têm ajudado a fidelizar clientes como Camila Tonelli, 31. "Continuo realizando a manutenção na loja onde adquiri meu carro mesmo com o término da garantia, acho mais confiável", afirma a psicóloga, que é proprietária de um Nissan March 2011/2012.

Karime Xavier/Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -08 /09/15 -15 :00h - Retrato de Camila Tonelli. Clientes que continuam fazendo revisões dos veículos nas concessionárias após o término da garantia; que buscam outras oficinas após esse período e que deixam de lado os serviços das concessionárias mesmo com a garantia em vigência( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***VEÍCULOS
A psicóloga Camila Tonelli, 31, que optou por continuar a levar seu Nissan March às concessionárias após o fim da garantia

Além de ajudar a cativar os consumidores, as garantias longas têm feito diferença no mercado de usados. Há muitos modelos que, por estarem com o plano de manutenção em dia, são revendidos ainda com a cobertura válida.

"Realizar as revisões na concessionária autorizada ajuda na valorização do veículo na hora de revendê-lo, mas há outros fatores importantes que devem ser considerados, como alta quilometragem e estado de conservação", diz Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria Jato Dynamics.

Para Marcelo Alves, professor doutor do Centro de Engenharia Automotiva da Poli-USP, o mais importante é respeitar os prazos de revisão propostos pela montadora, seja dentro ou fora da rede credenciada pela marca.

"Os custos e a qualidade do atendimento devem ser avaliados, mas, independentemente de utilizar os serviços da concessionária ou do mecânico de confiança, o principal ponto é se o plano de manutenção descrito no manual do carro está sendo seguido. Isso garante a tranquilidade e a segurança do motorista", diz Alves.

DEFEITO ELÉTRICO PODE TER REPARO SEM CUSTO

Um alerta importante sobre o fim do prazo de garantia do veículo está relacionado com os itens tecnológicos disponíveis nos carros atuais.

De acordo com o Procon-SP, alguns procedimentos relacionados aos sistemas eletrônicos, devem ser cobertos mesmo que o veículo esteja fora do prazo regular de garantia.

Para o órgão de defesa do consumidor, serviços como atualização de softwares não podem ser cobrados pela montadora caso sejam imprescindíveis para preservar a boa dirigibilidade do automóvel.

Outros defeitos devem ser avaliados caso a caso. Por exemplo, há situações em que uma simples troca da bateria gera um erro na central eletrônica do carro, exigindo o escaneamento do sistema como se o carro fosse o computador usado em casa.

Os problemas ligados à tecnologia embarcada são evidenciados por falhas de funcionamento, luzes de alerta no painel de instrumentos ou sinais sonoros. (LEONARDO FARIA)

ANÁLISE: SERVIÇOS DE PÓS-VENDA SÃO A PRINCIPAL FONTE DE RECEITA DAS LOJAS

Além de servir como um atrativo para os consumidores, prazos de garantia mais longos são uma forma de as concessionárias garantirem movimento em suas oficinas.

Os clientes que retornam às lojas para manutenções e serviços de pós-venda movimentam também o comércio de acessórios. Esse fluxo representa rentabilidade maior do que a venda do carro.

O que não deve ocorrer é a majoração dos serviços, que afugenta os motoristas, ou o exagero nos planos de garantia. Montadoras que ainda exigem revisões a cada seis meses independentemente da quilometragem percorrida se arriscam a ser preteridas pelos clientes em uma compra futura.

Manutenções anuais ou por limite de quilometragem, com serviços tabelados e informações claras, devem se tornar o padrão em um mercado de alta concorrência. (EDUARDO SODRÉ)

 

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