Carros elétricos devem ganhar incentivo fiscal
RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO
Da Audi à Volvo, o discurso se repete: há planos de oferecer mais híbridos e elétricos no Brasil, mas que dependem de incentivos legais.
Dois estímulos fiscais em tramitação devem animar a indústria não só a importar mais modelos, mas também a produzir esse tipo de veículo no país.
Na última quinta-feira (22), o Comitê Executivo de Gestão da Camex (Câmara de Comércio Exterior, órgão subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) aprovou uma proposta de resolução que inclui carros elétricos e movidos a células de combustível na lista de exceções à tarifação externa.
Isso se traduz em redução da alíquota de importação, de 35%, para patamares ainda não definidos pela Camex. O benefício já existe, mas é reservado aos híbridos convencionais -na prática, favorece só o Toyota Prius e o Lexus CT 200h.
Segundo a assessoria do ministério, para ser homologada, a proposta depende da assinatura do ministro Armando Monteiro, que volta na próxima semana de uma missão no Irã. Não é preciso sanção presidencial.
PRODUÇÃO LOCAL
Já o projeto de lei 174/2014 da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal, aprovado na última terça-feira (20), pretende viabilizar a produção de veículos "verdes" no Brasil.
A proposta isenta elétricos e híbridos de pagar IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) por dez anos.
Contudo, há uma exigência fundamental: têm de ser movidos a etanol (quando híbridos) e nacionais.
No momento, o projeto depende de aprovação da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), que aguarda a designação de um relator para o projeto, que pode ser alterado ou receber emendas.
Após definir o texto final, a comissão encaminha o projeto para votação no plenário da Câmara dos Deputados, caso não haja recurso. Aprovado nessa instância, segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.
Se virar lei, o projeto deve tirar do papel intenções de fábricas de híbridos e elétricos no Brasil.
É o caso da Nissan, que, segundo informações apuradas pela Folha, pretendia produzir o elétrico Leaf no país em 2016, mas teve que adiar seus planos para 2018.
O elétrico seria fabricado na planta de Resende (RJ), que produz atualmente os compactos March e Versa e que passaria por uma ampliação para comportar o Leaf.
A empresa, no entanto, diz que não há planos de fabricar o carro por aqui.
Já a BYD admite que as chances de um E6 nacional aumentam.
"Com as isenções dos impostos de importação e produção, há a possibilidade de montarmos o E6 localmente", avalia Adalberto Maluf, diretor de Assuntos Governamentais da marca chinesa.
A minivan seria produzida na fábrica de ônibus elétrico da empresa em Campinas (SP), cuja primeira unidade deve estrear no início de 2016.
A previsão anterior é que os ônibus saíssem completos da linha neste ano.
Contudo, a montadora chinesa decidiu fazer apenas o chassi e toda tecnologia propulsora, e deixar a carroceria a cargo de parceiros.
"Aproveitaremos a rede de distribuição e assistência técnica deles, que já conhecem o mercado", justifica Silvestre Sousa, gerente da BYD.
ROTA ENTRE SÃO PAULO E CAMPINAS GANHARÁ 1º CORREDOR DE ELETROPOSTOS
A CPFL Energia estreará na primeira semana de novembro o primeiro corredor de eletropostos do Brasil, que ligará Campinas a São Paulo.
Até 2018, a empresa de distribuição de energia promete mais 25 pontos de recarga de carros elétricos públicos (em ruas) e semi-privados (dentro de shoppings, por exemplo).
O primeiro equipamento fica no posto da rede Graal do km 67 da rodovia Anhanguera. O segundo, ainda sem previsão de início de funcionamento, será no posto do km 56 da rodovia Bandeirantes, também da rede Graal.
A energia elétrica fornecida para reabastecer baterias de carros elétricos e híbridos do tipo plug-in será gratuita.
Quando começar a pagar pela energia, o consumidor também terá acesso a softwares para interagir com a insfraestrutura energética.
"Nele, o usuário será informado sobre a disponibilidade, a distância do eletroposto mais próximo, o tipo de carga (rápida ou lenta) e se está ocupada ou não.
Também haverá informações sobre a forma de pagamento, as bandeira de cartões aceitas e avaliação de outros usuários", prevê Guilherme Moreira, diretor da Ekatu do Brasil, uma das empresas que desenvolvem esses programas.
Por ora, os equipamentos permitirão a recarga de veículos com o plugue tipo 2, caso dos modelos da Renault, da BYD e da BMW -a única marca que vende modelos elétricos no país.
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