Salão de Tóquio antecipa legado que a Olimpíada de 2020 deve deixar
EDUARDO SODRÉ
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO (JAPÃO)
Em 1964, a Olimpíada de Tóquio deixou a rede ferroviária de alta velocidade como legado para o país.
A cinco anos de receber uma nova edição dos jogos, em 2020, a capital japonesa rediscute a mobilidade em seu salão do automóvel.
Os conceitos extravagantes, característicos dos salões automotivos, estão menos "forma" e mais "função".
E a tão badalada conectividade já não é algo que surpreende, porque já faz parte da vida cotidiana.
Resta aos veículos de Tóquio aglutinar as tecnologias atuais e retomar a essência do transporte individual, unindo praticidade, segurança e alguma diversão.
Um exemplo dessa reunião de tecnologias está na forma como os carros autônomos são tratados no evento. "Há diferenças entre um carro sem motorista e um que você dirige quando quer", disse Carlos Ghosn, presidente da Aliança Renault-Nissan.
O conceito Nissan IDS traduz esse pensamento. O motorista pode virar passageiro ao acionar o modo de pilotagem automático. Os bancos giram e compõem uma sala de estar. Na frente, um tablet ocupa o lugar do volante.
Se quiser retomar o controle, basta ao dono do carro acionar o modo normal. Então o volante volta eletronicamente ao seu lugar e o condutor retoma sua função -mas, de acordo com a Nissan, todos os sistemas de segurança seguem ativos.
O motor, claro, é elétrico. "O consumidor mudou, ele quer conectividade e menos poluição", lembra Ghosn.
OSSOS E VÍSCERAS
Na Toyota, o Kikai resgata a essência do carro. Seu aspecto esquelético, com "ossos e vísceras" aparentes, reforça essa característica.
A marca japonesa diz que o modelo pretende estimular o reencontro entre homem e máquina, fazê-lo admirar novamente as partes mecânicas.
Sinal dos tempos: se as tecnologias autônomas e a conectividade já atingiram um ponto de excelência, a ambição agora é resgatar a paixão por carros e recolocar o motorista no controle.
O jornalista Eduardo Sodré viajou a convite da Anfavea
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