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08/11/2015 - 02h00

Caminhões saem na frente em tecnologias de condução autônoma

FERNANDO VALEIKA DE BARROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No comando de um caminhão Freightliner Inspiration, um protótipo com 80 toneladas e quatro eixos, o engenheiro alemão Christian Urban realiza uma cena que deverá se tornar comum na próxima década.

Após acionar o piloto automático do veículo em uma rodovia interestadual a poucos quilômetros de Las Vegas, no Estado de Nevada (EUA), ele solta as mãos do volante, gira o banco em 45 graus e o veículo segue adiante sozinho, a 90 km/h, por dez minutos.

Urban sabe muito bem o que está fazendo. No teste – feito em condições de tráfego reais, com outros veículos circulando por perto – os movimentos do seu caminhão são guiados por mapas em três dimensões, câmeras, sensores e radares que leem as faixas da estrada e escaneiam a topografia adiante.

As informações são processadas por um computador, que comanda os movimentos do caminhão e cuida de mantê-lo dentro de sua pista.

A experiência mostra que automóveis que circulam sem intervenção humana são uma realidade bem mais próxima dos veículos de carga do que de carros de passeio.

"Sistemas autônomos são um passo inevitável para o transporte, pois não ficam cansados, nunca se distraem e jamais dormem ao volante", disse à Folha Wolfgang Bernhard, diretor do conselho de administração da Daimler e responsável pela divisão de caminhões.

Segundo ele, nos Estados Unidos, onde o Inspiration já pode circular em ruas e estradas, 330 mil caminhões conduzidos por choferes se envolveram em acidentes no último ano, que resultaram em 4.000 mortes. "Em 90% dos casos, houve falha humana ou fadiga", diz Bernhard.

Mais seguros

IGUAIS A AVIÕES

A rotina nas estradas de Nevada repete-se diariamente nos dois protótipos da Daimler Trucks. Um motorista está sempre em seu posto.

"Quem comandará o caminhão será o piloto automático, mas assim como ocorre com os aviões, o 'piloto' estará sempre por perto para atuar, se for necessário", explica Sven Ennerst, que coordena o projeto do caminhão autônomo da Daimler Trucks.

A atuação do motorista pode ser necessária caso os radares não consigam ler direito as faixas de rolamento, por exemplo. O mau tempo pode levar a essa situação.

Em condições ideais, o caminhão seguirá seu caminho poupando o condutor e emitindo menos poluentes, que é outra preocupação no desenvolvimento dos novos veículos. Os consumidores -e a legislação ambiental- subiram a régua de exigências.

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