Executivo da Anfavea fala sobre retomada nas vendas de caminhões
EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE VEÍCULOS
Há uma semana, o discurso de Luiz Moan na abertura da edição 2015 da Fenatran (Feira Internacional do Transporte) buscou dar de ânimo ao setor de veículos de carga.
O presidente da Anfavea (associação nacional das montadoras) anunciou a reabertura da linha de crédito Finame PSI (Programa de Sustentação do Investimento), oferecida pelo BNDES.
A medida deve aquecer as vendas no segmento de caminhões, que acumula queda de 45% em 2015 na comparação com os dez primeiros meses de 2014.
Em entrevista à Folha, Moan fala das novas expectativas do setor de veículos pesados e da influência da política nos negócios.
Sergio Lima - 20.nov.2014/Folhapress | ||
O presidente da Anfavea, Luiz Moan, durante entrevista em Brasília |
RAIO - X
Idade 59 anos
Cargo Presidente da Anfavea e diretor de assuntos institucionais da GM do Brasil
Formação Economia
Trajetória Trabalha no setor automotivo há mais de 30 anos
FOLHA - Em um ano de tantas notícias ruins para o setor de carga, a reabertura do Finame PSI é suficiente para animar o segmento?
LUIZ MOAN - A reabertura da linha Finame devolve às empresas a possibilidade de retomar seus planejamentos originais, com vendas continuadas até o fim do ano. Voltamos a ter previsibilidade.
Já foi possível ver algum resultado da medida nos negócios fechados durante a Fenatran?
O resultado está sendo apurado, mas a feira obteve sucesso. O empresário brasileiro quer investir, e os lançamentos da feira melhoram a produtividade.
Embora haja um sopro de otimismo, os problemas continuam, como o crescente roubo de cargas nas estradas. A Anfavea apresentou algum projeto na área de segurança?
Essa é uma preocupação de todos, mas não houve uma proposta específica. Há empresas desenvolvendo carrocerias blindadas, que dificultam a abertura e reduzem a agilidade dos assaltantes em caso de roubo. Outro ponto é o estímulo ao uso do cartão-frete, sistema eletrônico que reduz a necessidade de o caminhoneiro viajar com dinheiro vivo.
E quanto às manifestações recentes de caminhoneiros, a Anfavea vê nesse movimento algo perigoso para o setor?
Sempre nos declaramos favoráveis às manifestações, é um direito democrático.Porém, essa última movimentação não teve o apoio de entidades do setor de transporte. Houve cunho político.
Mas, neste momento, quase tudo que ocorre no Brasil tem um viés político.
As questões políticas estão contaminando a economia, mas acredito que tudo o que podia ser contaminado, já foi.
Sendo assim, é possível projetar um 2016 melhor? As previsões para 2015 começaram positivas, mas foram piorando ao longo do ano.
Acredito que as vendas manterão o equilíbrio ao longo de 2016, criando bases para uma retomada do mercado no quarto trimestre.
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