Cannondale FS-I Carbon 2 é para ciclista com habilidade em terrenos tortuosos
GUILHERME SILVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após se consolidar no mercado brasileiro com a compra de 70% das ações da Caloi, a norte-americana Cannondale investe em bikes para ciclistas mais experientes – e que não se assustam com preços de cinco dígitos.
Opção de entrada da linha profissional da marca, a FS-I Carbon 2 é oferecida em lojas especializadas por R$ 25 mil.
Construída quase toda em fibra de carbono, a bicicleta avaliada tem aros de 29 polegadas e quadro de tamanho médio, conjunto indicado para usuários com 1,80 m de altura. Há ainda opções nos tamanhos pequeno, grande e extragrande.
Assim como demais modelos da linha FS-I, a versão avaliada tem suspensão dianteira do tipo Lefty, montada do lado esquerdo.
IMPRESSÕES
A FS-I Carbon não é feita para ser confortável. A bike exige pedaladas agressivas, obrigando o ciclista a manter as costas curvadas e as pernas esticadas. A posição esportiva é resultado do guidão largo e baixo associado a um selim elevado.
Os 9,6 kg de peso total ressaltam toda a tecnologia empregada na construção dessa Cannondale. Para comparar, uma bicicleta convencional do mesmo porte pesa, em geral, entre 16 kg e 18 kg.
A leveza e as rodas enormes ajudam a passar sobre pedras e raízes de árvores sem muito esforço. É fácil erguer a bicicleta em pequenos saltos nas trilhas, por exemplo.
E apesar de apresentarem arrasto extra nas arrancadas, as "rodonas" permitem manter uma boa velocidade.
Há somente um controle de marchas, com mecanismo acoplado à roda traseira. É mais uma solução que busca reduzir o peso.
O trocador de marchas da empresa Sram permite passagens de marchas rápidas e precisas, conforme se espera de uma bike topo de linha.
Os freios hidráulicos são produzidos pela marca alemã Magura. O sistema é bem calibrado: basta um dedo para controlar cada roda com progressividade.
A suspensão dianteira montada à esquerda do quadro é um capítulo à parte. Leve e de curso longo, mostra-se firme e bem modulada.
Com tantos recursos, a FSI Carbon consegue rodar bem até no asfalto, condição longe da ideal para seus pneus tipo fora-de-estrada.
Contudo, há pontos que fazem dessa Cannondale um modelo não muito prático. É preciso utilizar um adaptador para calibrar os pneus sem câmara, cujas válvulas são incompatíveis com os compressores comuns.
Também é preciso ter um rack de carro específico, pois não há garfo dianteiro para fixá-la.
A pintura que combina tons de azul e preto é a única disponível. Discreta, faz a Carbon sumir entre outras bicicletas, o que, diante do alto preço, é uma qualidade.
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