Detroit se rende a motores menores e mais econômicos
EDUARDO SODRÉ
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT (EUA)
O Salão de Detroit é também a confirmação de que a indústria americana segue mudando seus preceitos históricos, baseados em motores grandes no tamanho, na potência e no consumo.
A presença de modelos turbinados e também de híbridos já supera a de carros V8. Até a tradicional Cadillac oferece versões 2.0 turbo em seu sedã grande, o CT6. Na Ford, o SUV de luxo Edge tem versões com esse mesmo tipo de motorização.
Mas a evolução vai além. Pela primeira vez, as montadoras americanas colocam as tecnologias de condução autônoma em destaque no evento, se equivalendo às marcas europeias.
A Chevrolet prepara demonstrações de seu sistema que possibilita rodar sem intervenção do motoristas. Segundo Jon Lauckner, presidente da GM Ventures (divisão responsável por investimentos em inovação tecnológica), as apresentações ocorrerão no fim deste ano, com a tecnologia aplicada no Volt.
Para o executivo, ainda não é possível saber qual será o impacto dos autônomos na indústria.
"Hoje, os automóveis ficam 90% do tempo parados. Quando puderem se locomover sem motorista, poderão atender a mais pessoas, o que reduz a necessidade de um família ter vários veículos. Porém o uso maior aumentará a quilometragem rapidamente, o que pode levar a trocas mais frequentes dos carros", disse Lauckner.
DE CARONA
Seja como for o futuro, a indústria investe para manter-se viva. A GM também aplicou US$ 500 milhões na Lyft, empresa de caronas remuneradas que é concorrente do Uber nos EUA. É o primeiro passo para conectar carros autônomos a motoristas, pois essa iniciativa faz parte dos planos de negócio da nova parceria.
Dias antes do Salão de Detroit, a Chevrolet já havia mostrado algumas de suas novidades na feira de tecnologia CES, em Las Vegas. Por exemplo, a versão definitiva do hatch elétrico Bolt fez sua primeira aparição no evento.
"Temos atualmente uma fusão entre o consumo de carros e o de eletrônicos. E quando há um evento como a CES, que reuniu 170 mil pessoas, precisamos fazer alguma coisa", afirmou Jon Lauckner.
Viagem a convite da General Motors do Brasil
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