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07/02/2016 - 02h00

Com suspensão a ar e rodas traseiras que esterçam, Q7 esbarra nos R$ 500 mil

RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO

O que antes parecia moda se consolidou. Pela primeira vez em mais de 100 anos de indústria automotiva, os utilitários esportivos assumiram a liderança no mercado europeu, que era o mais resistente a esse tipo de veículo.

Em 2015, foram vendidos 3,2 milhões de SUVs no continente, o que representa uma participação de 22,5% no total do mercado.

O cálculo inclui desde modelos compactos até os de alto luxo, como o novo Audi Q7. O veículo chegou ao Brasil em versão única, com preço sugerido de R$ 399.990.

Contudo, opcionais como a terceira fileira de bancos (R$ 20 mil) e um pacote de segurança (R$ 7.500), entre outros, fazem o valor chegar a R$ 490 mil.

É o preço a ser pago em um automóvel cujo eixo traseiro pode esterçar em até cinco graus, o que na vida real significa mais estabilidade em altas velocidades e maior diâmetro de giro nas manobras de estacionamento.

DIETA

Há mais equipamentos e menos peso, combinação rara no segmento. O Q7 emagreceu 325 quilos, diferença que é percebida ao volante. Parte dessa sensação de leveza vem da direção, que ficou mais macia sem perder a precisão.

É difícil definir se a suspensão a ar vale o investimento extra de R$ 30 mil, mas o fato é que o rodar do jipão da Audi é muito suave -até parece que ruas repletas de imperfeições foram finalmente recapeadas.

Motor e câmbio trabalham em harmonia, entendendo ora o desejo do condutor por um passeio frugal, ora a necessidade de andar mais rápido na estrada.

PAINEL VIRTUAL

Suas credenciais dinâmicas surpreendem, mas onde o Q7 deve impressionar mais seus futuros donos é no interior, a começar pelo quadro de instrumentos, batizado de Virtual Cockpit.

Sua maior virtude é reunir um grande número de informações em uma tela de 12,3 polegadas sem que a leitura de tantos dados seja confusa.

Há também o apelo estético, principalmente se o motorista optar por reduzir o tamanho do velocímetro e do conta-giros e deixar o mapa do GPS ao fundo.

Os comandos instalados no volante são fáceis de operar, mas é provável que o condutor prefira acessar tudo pela central multimídia, que ganhou uma espécie de mouse sensível ao toque.

Antes um tanto complexo, o sistema ficou mais intuitivo e resolveu o problema da ausência das memórias para as estações de rádio (agora são oito posições).

O problema é desfrutar de tudo isso sentado em um banco simples demais para um carro desse porte e preço. Há ajustes elétricos e memória, mas são tímidos diante das poltronas de modelos como o Volvo XC90 Inscription (R$ 363 mil), que têm apoios laterais reguláveis, sistema de ventilação embutido nos assentos e aquecimento.

 

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