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14/02/2016 - 02h00

Chrysler 300C mantém a tradição dos carrões americanos

EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

Antes de a primeira grande crise do petróleo calar os motores V8 na década de 1970, enormes sedãs de origem americana figuravam entre os veículos mais desejados do Brasil. Ter um Ford Galaxy ou um Dodge Dart na garagem era a maneira de dizer à sociedade que tudo ia bem com a conta bancária.

Entrar em um Chrysler 300C é como voltar àquele tempo. O carrão feito no Canadá repete os trejeitos e a opulência de seus antecessores em forma e função.

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Chrysler 300C custa R$ 204.340
Chrysler 300C custa R$ 204.340

O volante que mistura couro, madeira e plástico é uma boa síntese do carro. Nada é tão simples a ponto de parecer desleixo, mas nem tudo remete ao luxo que a carroceria transmite. É um típico carro da sorridente classe média dos EUA, com bancos largos e porta-copos profundos.

Contudo, as diferenças culturais e de hábitos de consumo transformam o sedã em um acontecimento quando cruza a Ipiranga e a avenida São João.

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Chrysler 300C 2016
Chrysler 300C 2016

O Chrysler é maior que o alemão Mercedes Classe E (de quem herdou a plataforma) e tem traços que remetem a limusines aristocráticas do início dos anos 2000, como Bentley Arnage e Rolls-Royce Phantom.

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Interior é bem acabado, e volante mistura couro, madeira e plástico
Interior é bem acabado, e volante mistura couro, madeira e plástico

CARRO DE BACANA

Os manobristas sempre vão esperar gorjetas polpudas de quem está atrás do volante. Para os olhos leigos, qualquer um que tenha um carro como esse Chrysler de cinco metros deve ser ridiculamente rico.

Nem tanto. O 300C custa R$ 204.340, o que o coloca em confronto direto com o BMW 328i (R$ 209.850). Ambos têm tração traseira, câmbio automático de oito marchas e farto pacote de itens de segurança e conforto, mas as semelhanças param por aí.

Enquanto o sedã de origem alemã tem motor 2.0 turbo flex (245 cv), o Chrysler segue a antiga escola com seu V6 Pentastar de 296 cv. Não é o último grito da moda, mas dá conta do recado.

Na pista de testes, o 300C precisou de 8,5 segundos para chegar aos 100 km/h. Na estrada, a média de consumo ficou em 13,9 km/l. São bons números para um carro que pesa 1.828 quilos (o dobro de um Fiat Uno).

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Chrysler 300C tem 5 metros de comprimento e jeitão de limusine
Chrysler 300C tem 5 metros de comprimento e jeitão de limusine

No uso cotidiano, o silêncio a bordo e a regulagem elétrica do volante dão a certeza de se estar em um sisudo carro de luxo. Por outro lado, as luzes azuladas dos instrumentos têm estilo mais pop.

A experiência paulistana com o carro foi marcada por muitos olhares. Ao menos dois motoboys deram um "joinha" ao passar pelo Chrysler, embora o carro ocupasse quase todo o espaço disponível em sua faixa de rolagem na avenida 23 de Maio.

FUSÕES E SEPARAÇÕES

No caminho até a pista de testes, em Limeira (a 151 quilômetros de São Paulo), o 300C mostrou o equilíbrio de seu projeto. Empurrado pela tração traseira, seu corpanzil permanece preso ao asfalto mesmo em velocidades mais altas. O comportamento é herança da fusão com a Mercedes-Benz, que durou de 1998 a 2007 e terminou em litígio.

Após passar por tempos difíceis, a Chrysler se uniu à Fiat, formando o grupo FCA. Essa improvável associação deu fôlego à empresa americana e também um estilo mais leve aos carros.

O 300C, por exemplo, ganhou faróis mais afilados e deixou para trás o excesso de cromados. O sedã continua sendo uma das coisas mais chamativas que se movem sobre a terra, mas agora reluz menos ao sol.

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Chrysler 300C 2016
Chrysler 300C 2016

Ao fim de uma semana de testes, o Chrysler se despediu com dignidade, pois mostrou ser um bom cartão de visitas para a marca. Está distante de ser um sucesso de vendas, mas cumpre com honras a missão de colocar a fabricante em destaque. Ninguém fica indiferente à presença dele no trânsito.

 

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