Lançamento de carro autônomo é inevitável, diz presidente da Daimler

Em entrevista exclusiva à Folha, Dieter Zetsche, presidente mundial da Daimler, fala sobre carros do futuro e investimentos no país.

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Folha - O Brasil passa por uma crise econômica e a Mercedes-Benz se prepara para abrir uma fábrica no país. Foi um bom investimento?
Dieter Zetsche - Não tenho dúvidas. Conheço a volatilidade que às vezes se instala no mercado de automóveis do país. Neste momento, é fato que há uma crise de confiança, que precisa ser vencida. Mas eu acredito na força e na vitalidade do Brasil para deixar esta fase para trás e voltar a crescer.

O senhor teve seu mandato renovado até 2019. Nesse tempo espera lançar um carro autônomo de série?
Não sei se um automóvel totalmente autônomo chegará às concessionárias antes de 2020, já que há questões que legisladores de diferentes países têm de resolver, mas já temos protótipos de carros e caminhões autônomos sendo testados e eles serão lançados, inevitavelmente.
A tecnologia também está em produtos de série. O novo Classe E, que chegará em maio à Europa, já traz dispositivos de direção autônoma antecipados no protótipo F015, como o sistema Drive Pilot, que permite seguir um veículo em uma estrada sem intervenção do motorista.

A Mercedes mostrou em Genebra carros movidos a diesel. Depois dos escândalos de emissões que afetaram seus concorrentes, há futuro para este motor a combustão?
Ele tem um poder calorífico maior do que a gasolina. Por isso, nossa empresa investiu 2,6 bilhões de euros para projetar e produzir um novo motor a diesel, o OM654.