Futuro nacional, T5 mostra que chinesa JAC aprendeu a falar com o brasileiro
EDUARDO SODRÉ
EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"
As costuras vermelhas nos bancos de couro preto do JAC T5 estão perfeitamente alinhadas. No painel, molduras prateadas se destacam ao redor de um sistema de entretenimento com tela grande, sensível ao toque.
O capricho denota aprendizado. Em cinco anos de mercado, a montadora compreendeu que esses detalhes são os primeiros observados pelos que avaliam carros chineses. E não há mais espaço para erros.
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JAC T5 |
Após um início retumbante, a marca sucumbiu às mudanças nas regras de importação e ao declínio do mercado nacional. Anunciou fábrica, mas precisou rever os planos seguidas vezes. Agora, ensaia um recomeço.
A volta por cima tem no utilitário compacto T5 seu porta-estandarte. O carro pertence ao segmento que mais cresce no país e será feito em Camaçari (BA) -o que seria fábrica se limitará à montagem de modelos que virão em partes da China.
Porém, a origem é o que menos importa: em uma semana de avaliações, o JAC mostrou ser uma opção interessante não só pelo preço inicial de R$ 60 mil.
Além de ter materiais de boa qualidade nas forrações, a cabine oferece mais espaço que os principais concorrentes (Ford Ecosport, Honda HR-V e as versões flex do Jeep Renegade).
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JAC T5 |
Todos os ocupantes do T5 têm direito a cintos de segurança com três pontos, e há também sistema Isofix para ancoragem de assentos infantis.
O motor 1.5 (127 cv), que aceita etanol e gasolina, garante desempenho razoável. Na pista de testes, destacou-se pelo baixo consumo, mas não foi muito bem nas provas de aceleração. Para sorte da JAC, modelos como o Renegade 1.8 e o Renault Duster 1.6 também deixam a desejar no quesito performance.
A lista de equipamentos inclui itens raros, como os sensores que monitoram a pressão dos pneus. A versão mais equipada (R$ 65 mil) vem com auxiliar de partida em rampa. O sistema evita "escorregadas" para frente ou para trás ao sair de uma ladeira.
Embora o câmbio manual de seis marchas seja bem escalonado, uma versão automática faz falta. A JAC promete lançar um T5 com caixa CVT ainda neste ano.
No uso cotidiano, o SUV chinês mostrou-se mais firme que os rivais. Sofre um pouco ao passar por buracos, mas não emite rangidos. Essas características são trunfos na estrada, onde o desempenho acanhado é compensado pela sensação de segurança ao contornar curvas fechadas.
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JAC T5 |
No quesito estilo, as fotos falam por si. A grade é um tanto exagerada para o tamanho do carro, mas não trazem aquele ar de cópia de tantos outros carros chineses. O T5 tem personalidade própria, que só é traída pela chave idêntica à usada em modelos Audi.
Diante do contexto, esse deslize é perdoável.
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