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03/04/2016 - 02h00

Audi RS 6 vai para Interlagos ao lado da RS 2, primeira perua esportiva da marca

RODRIGO MORA
DE SÃO PAULO

A última coisa que uma perua de duas toneladas, cinco metros e um enorme porta-malas deveria fazer é ir de zero a 100 km/h em menos de quatro segundos.

Porém, a Audi RS 6 ignorou a lógica e cumpriu a prova em 3,9 segundos, o que lhe confere a condição de automóvel a ser superado no Ranking Folha-Mauá 2016.

O feito repete o que ocorreu em 1996, primeiro ano do teste feito em parceira com o Instituto Mauá de Tecnologia.

Naquela época, a pioneira RS 2 bateu os rivais na prova de aceleração, e com folga. Além do modelo trazido pelo grupo Senna Imports, passaram pela pista de testes veículos de respeito como a perua Volvo 850, o sedã Mercedes E320 e o Alfa Romeo Spider.

A perua desenvolvida a partir do quadradão Audi 80 conseguia andar ao lado dos supercarros da década de 1990, irritando donos de Ferraris e Lamborghinis. Afinal, além de devorar o asfalto, a RS 2 podia levar a família para passear com muita bagagem no porta-malas.

O segredo estava na preparação: freios, suspensão, câmbio e motor tinham o toque da Porsche, que era responsável pela montagem do carro. Até as rodas e os retrovisores vinham dos esportivos feitos em Stuttgart.

Como todo carro que se torna lendário, a RS 2 ficou pouco tempo em linha. Foi fabricada entre março de 1994 e julho de 1995, e somente 2.891 unidades chegaram às ruas.

Com ela nascia também a sigla RS, de Renn Sport (algo como "corrida esportiva", em alemão), que carimba os modelos mais rápidos da Audi.

"S" DO SENNA

O encontro das peruas aconteceu no autódromo de Interlagos (zona de São Paulo). Elas desfilaram e posaram para fotos no "S" do Senna.

Pelo que representa na história do automóvel, a RS 2 exala um magnetismo irresistível. Houve outros carros que combinavam perfil familiar com alto desempenho antes dela, mas nenhum com proposta tão radical.

Achar a posição certa para guiar não exige muito esforço, já que apenas o banco pode se mover eletricamente. A coluna de direção não tem ajustes, embora esse item já estivesse presente em muitos automóveis naqueles tempos.

Pisar na embreagem da RS 2 equivale a malhar perna na academia. O pedal é pesado, típico dos supercarros equipados com câmbio manual.

Até as 3.000 rpm (rotações por minuto), nada de emocionante acontece. Mas eis que, de repente, o turbo começa a soprar forte: é como se o automóvel levasse um chute na traseira. O motorista tem pouco tempo para passar as marchas, que têm engates duros, precisos e curtos.

O 1,9 segundo de diferença entre a RS 2 testada 20 anos atrás e a RS 6 de hoje não descrevem o abismo que há entre os dois modelos.

Na perua atual, que veio pintada na cor Cinza Nardo, as trocas de marcha são feitas por um câmbio tão rápido quanto um piscar de olhos. E não há embreagem para fortalecer a panturrilha.

Os ajustes de direção que faltam na RS 2 são elétricos na RS 6. A tração nas quatro rodas está nos dois modelos, porém só o mais novo transmite a perigosa sensação de que nunca faltará aderência.

PRIMEIRO PASSO

Contudo, há um longo caminho até que a RS 6 se torne um mito. Seus números de desempenho são apenas o primeiro passo para a glória.

Em 1996, a vida da RS 2 era mais fácil. Hoje, marcas como Mercedes, BMW e Jaguar oferecem carros de apelo familiar e alto desempenho. Todos são aguardados na pista, para tentar superar a perua Audi.

 

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