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12/06/2016 - 02h00

Setor automotivo busca atender normas que possibilitam redução de tributos

DE SÃO PAULO

Em 1957, primeiro ano completo de produção dos veículos nacionais, 30,5 mil unidades saíram das fábricas. Além do Romi-Isetta e da perua Vemaguet, havia também a Volkswagen Kombi e caminhões Mercedes.

As empresas nacionais e estrangeiras que já atuavam como importadoras saíram na frente. Elas tinham capital e linhas de produção estabelecidas, em que eram construídos os carros que vinham desmontados dos EUA e da Europa. Com os incentivos fiscais concedidos pelo Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), não foi difícil iniciar a produção de componentes nacionais.

No setor automotivo, o Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek não privilegiava iniciativas 100% brasileiras, o que explica a inexistência de marcas plenamente nacionais com grande capacidade de produção.

HOJE

Atualmente, o país possui capacidade para fabricar 4,5 milhões de veículos por ano, com faturamento estimado em US$ 85 bilhões, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Nestes 60 anos já foram fabricados 78 milhões de autos no Brasil. O setor emprega, de forma direta e indireta, 1,5 milhão de pessoas, segundo dados da Anfavea. Foram muitos ciclos de crescimento e queda -como o atual.

"Pela minha experiência profissional, vivemos o momento mais difícil da indústria. Em 2013, vendemos 3,7 milhões de carros. Neste ano venderemos pouco mais de 2 milhões. É uma retração muito violenta, estamos operando à meia carga, com 52% de capacidade ociosa nas fábricas", diz Antonio Megale, presidente da Anfavea.

A previsão da entidade é que a indústria enfrente queda de 19% nas vendas em 2016, e Megale acredita que os sinais de recuperação devem começar a aparecer no fim do ano, com a retomada da confiança do consumidor e a melhora nas exportações.

As instabilidades econômicas também atrasaram a evolução dos carros, devido a cortes nos investimentos. Apesar disso, houve avanços na engenharia.

Cronologia

RENOVÁVEL

"Há ações importantes como a introdução de motores com injeção direta para os carros movidos a ácool, a criação do motor flex e também o aprimoramento do motor 1.0", diz Frank Sowade, presidente da SAE Brasil (entidade que reúne engenheiros do setor automotivo).

O desenvolvimento da tecnologia que permitiu a chegada dos carros flex tem origem em um momento difícil: a crise do petróleo de 1973.

Em 1975, o governo implantou o Proálcool (Programa Nacional do Álcool). Era uma tentativa de diminuir a dependência de combustíveis de origem fóssil investindo em um produto renovável.

O Brasil ganhou destaque nas últimas décadas com centros de pesquisa capazes de criar veículos e plataformas que rodam o mundo inteiro.

Segundo a Anfavea, do total de R$ 85 bilhões de investimentos anunciados para o período de 2012 a 2018, cerca de R$ 15 bilhões terão o objetivo de atender às exigências do programa Inovar-Auto, lançado em 2012.

Para Frank Sowade, a discussão da indústria nos próximos anos será sobre mobilidade urbana. Na avaliação do executivo, todo o setor estará direcionado para os veículos autônomos, que devem virar tendência global.

Para que carros sem motorista sejam viáveis, há a necessidade da comunicação entre veículos e de infraestrutura padronizada nas vias.

"Precisamos falar da interligação de vários modais e compreender que cada tipo de transporte tem sua relevância. Isso muda o papel dos fabricantes de veículos e o jeito de o consumidor comprar carros", diz Sowade.

 

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