Publicidade
12/06/2011 - 07h17

Namorados que compartilham o carro colocam o amor à prova

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Olha o que eu tenho que carregar", reclama o modelo Ayrton Moura, 23, sacudindo um leão de pelúcia de 30 cm. Quase não dá para ver, mas debaixo da juba está a chave do Chevrolet Prisma 2008 que ele divide com a namorada, a produtora Kattia Lopes, 34.

Alessandro Shinoda/Folhapress
Kattia e Ayrton estão juntos há um ano até no carro
Kattia e Ayrton estão juntos há um ano até no carro

Logo que se conheceram, Ayrton estava sem carro e o casal decidiu compartilhar o dela. A razão é a mesma da maioria dos casais ouvidos pela Folha: economizar combustível e estacionamento.

É também uma boa estratégia para os namorados passarem mais tempo juntos.

O amor sobre rodas, porém, tem suas derrapagens.

No caso de Kattia e Ayrton, que namoram há um ano e moram em casas separadas, o chaveiro "felino" não é o único problema.

"Ele deixa lixo no carro e ainda enrola para lavá-lo. Antes, meu Prisma era 'de menina', sempre limpinho", diz ela. A disputa cotidiana é comum -- e ele costuma perder.

"Tentamos dividir para atender os horários dos dois, mas, quando não dá, ele vai de ônibus", dispara Kattia.

Segundo os casais entrevistados, o que mais leva a brigas são as multas em nome do proprietário -- que nem sempre estava ao volante.

Para o professor de Relacionamento Amoroso e Comunicação do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), Ailton Amelio da Silva, dividir o carro pode ser um termômetro do casamento. "Envolve altruísmo, justiça e consideração pelo outro. É um excelente campo de provas", avalia.
de coração

De acordo com Silva, a divisão precisa ser de acordo com a necessidade, sem abusos e de coração. "O esforço de hoje não pode culminar em ressentimentos e cobranças no futuro", alerta.

Uma boa experiência pode acabar em casamento. Isso aconteceu com Daniel Oliveira, 32, e Fernanda Andrade, 28. Eles compraram um VW Fox quando eram namorados; casaram-se dois anos depois. "Quando há amor, sempre dá certo", diz Fernanda.

Dividir o carro significa confiança, como comprova o estudante Flávio Rodrigues, 24. Ele passa as chaves do Honda Civic do pai para a namorada. "Ela acabou de tirar a carteira. Ele não se importa, mas sempre confere se apareceu algum arranhão."

Editoria de Arte/Folhapress
 

Publicidade

 

Publicidade

 
Busca

Encontre um veículo





pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag