Novo VW Beetle ficou mais potente e menos feminino
EDUARDO SODRÉ
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
Nada de "fofinho" ou "lindinho". O Volkswagen Beetle cansou de ser tratado no diminutivo. A Folha foi a Berlim para dirigir esse novo besouro de casca grossa e motor turbo, que chega ao Brasil no final de 2012. Seu objetivo é mostrar que BMW Mini e Fiat 500 é que são "carros de mulher".
Uli Sonntag/Divulgação |
Teto mais baixo, linhas menos arredondadas: o Beetle trocou a fofura pela bravura |
"Em comparação ao antecessor [lançado em 1998], o novo Beetle está mais esportivo e masculino", disse Oliver Riess, diretor internacional de marketing de produto da Volkswagen, durante o evento de lançamento.
De fato, o carro perdeu o toque feminino. O vasinho de flores -- que mais parecia um tubo de ensaio -- sumiu do painel. As formas arredondadas foram atenuadas; o teto está mais baixo e reto. E o motor 2.0 turbo transformou a joaninha em marimbondo.
No teste de 170 quilômetros pelos arredores de Berlim, o Beetle se comportou como um Audi A3 ou um Golf GTI europeu. Nada de diferente era esperado, pois os carros compartilham a plataforma, o motor e a caixa automatizada de seis marchas com dupla embreagem.
Jamais houve um Beetle tão firme quanto o de agora. A carroceria inclina pouco nas curvas, tal e qual um bom esportivo de origem alemã. Como não se pode ter tudo na vida, perde-se em conforto. As raras imperfeições do asfalto eram prontamente percebidas na cabine.
Uli Sonntag/Divulgação |
Lanternas do Beetle 2012 têm formato de gota |
O Beetle do século 21 usa e abusa de licenças poéticas para aproveitar todo o carisma do projeto original. A versão testada trazia rodas cromadas de 18 polegadas com desenho retrô -lembram as calotas do Fusca de Ferdinand Porsche.
"Veja este porta-luvas, tem desenho semelhante ao do primeiro modelo", disse Oliver, enquanto abria a portinhola no painel. As alças das colunas centrais também são idênticas às de tantos fusquinhas que ainda rodam por aí.
MAIS DE R$ 80 MIL
O Beetle que chegará ao Brasil será produzido no México. O mesmo acontecia com a geração passada, que, isenta do imposto de importação, custava R$ 64.750 na tabela do fabricante. A má notícia é que o preço irá subir quando o novo modelo chegar.
A Volkswagen trará apenas a opção topo da linha, 2.0 TSI Sport (200 cv). O preço inicial do Beetle deverá ultrapassar os R$ 80 mil. O que um dia foi o "carro do povo" se transformou em brinquedo de luxo.
Entre os itens de série, há seis airbags, freios com ABS, controle eletrônico de estabilidade e som com tela sensível ao toque e GPS.
O carro cresceu 15,2 cm no comprimento e 8,4 cm na largura, mas continua sendo diversão para dois. Quem tiver mais de 1,60 m e se atrever a andar no banco traseiro vai sofrer
com o espaço acanhado para as pernas.
Para compensar, o vão livre para a cabeça melhorou com o teto menos curvo.
Uli Sonntag/Divulgação |
O painel pode trazer apliques que imitam fibra de carbono ou repetir a cor da carroceria |
Ao volante, a sensação é a mesma proporcionada pelos colegas de plataforma A3 e Golf. E, apesar dos materiais de boa qualidade utilizados, a personalidade que sobeja no desenho falta no interior. Nesse ponto, o Fusca original é imbatível.
A Volkswagen sabe disso e se esforça para dar ao Beetle moderno a aura de ícone de seu antepassado. Uma das estratégias é possibilitar ao comprador escolher o nome que virá grafado na tampa do porta-malas.
No Brasil, poderá se usar a plaqueta "Fusca". A corruptela da palavra "Volks" foi desde sempre o apelido do VW Sedan nacional, mas só virou nome oficial em 1984.
Mundo afora, prevalecem as associações a besouros. No México, é Vocho. Na Itália, Maggiolino. Os franceses usam uma alcunha mais delicada: Coccinelle (joaninha). O Beetle continuará sendo "fofo" por lá.
O jornalista viajou a convite da Volkswagen
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