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02/09/2012 - 06h55

Empresas abrem programas de estágio para alunos no início da faculdade

LUCIANO FELTRIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A escassez de mão de obra em algumas áreas profissionais faz com que empresas recorram mais cedo à universidade. Diversas companhias agora desenham os programas de treinamento e estágio para receber alunos do primeiro e do segundo ano do ensino superior.

A montadora GM e a Merial, especializada em saúde animal, que estão com inscrições abertas para os programas de estágio, aceitam profissionais que se formarão em dezembro de 2014. A Heineken, fabricante de cerveja, e a operadora TIM também fazem recrutamento precoce.

"Lapidar [um profissional] leva mais tempo, mas vale a pena porque esses jovens trazem novas ideias para as empresas", afirma Nilson Nascimento, da Bematech, da área de automação comercial.

No programa de estágio, a companhia aceita alunos cursando qualquer período de administração, engenharia, ciências contábeis, sistemas de informação, relações internacionais e marketing.

Jonas Nascimento, 21, ingressou na empresa de automação quando estava no segundo ano de propaganda e marketing, em setembro de 2010. "Ter tido oportunidade no começo da faculdade fez com que conseguisse chegar ao fim do curso sabendo qual foco dar à carreira."

Na IBM, podem concorrer a estágios alunos a partir do segundo ano do bacharelado ou do primeiro semestre de cursos técnicos.

Áreas de suporte da multinacional, como a de gestão de contratos, que mantém diálogo frequente com a operação canadense da empresa, recebem alunos do primeiro ano. "Damos preferência para quem fala inglês e francês, em vez de privilegiar quem está mais à frente na faculdade. Quem tem habilidade com essas línguas ganha a vaga", explica Rodrigo Souto, gerente de recrutamento da IBM.

Carla Andrade, consultora de RH da Henkel, que fabrica produtos de limpeza e cosméticos, diz que estudantes dos primeiros anos de graduação têm oportunidades especialmente em áreas administrativas e de apoio, como recursos humanos e finanças.

"Em áreas mais técnicas, como engenharia, é mais comum que gestores busquem estudantes que estão próximos de se formar", afirma.

MERCADO AQUECIDO

O aquecimento do mercado imobiliário, que elevou salários de profissionais da construção civil nos últimos anos, foi a senha para que a construtora João Fortes começasse a treinar estagiários. Muitos ingressaram na companhia no primeiro ou no segundo ano da faculdade.

"É melhor perder tempo identificando e moldando talentos do que gastar dinheiro para contratar profissionais experientes quando o mercado está aquecido", destaca o presidente da construtora do Rio de Janeiro, Francisco de Almeida e Silva.

Duas vezes por ano, os estagiários --atualmente 98-- têm encontros com os chefes diretos para avaliar o desempenho dos novos profissionais e estabelecer planos de desenvolvimento individual.

TREINAMENTOS
Com um programa de estágio reformulado desde 2011 para treinar estudantes que estão no início de graduação, a seguradora Icatu também optou por formar jovens talentos para reduzir a busca por profissionais experientes e bem remunerados.

A empresa seleciona, duas vezes a cada ano, estudantes que estejam matriculados a partir do segundo semestre em cursos de graduação em administração, relações internacionais, ciências contábeis e marketing.

Os jovens selecionados passam por um treinamento com dois meses de duração, segundo a seguradora. Nesse período, fazem rodízio em cada uma das seis áreas da companhia, até se fixarem.

Em novembro, a Icatu inicia um novo ciclo de seleção do programa para o primeiro semestre de 2013. Serão abertas 40 vagas.

 

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