Crescimento do Brasil estimula aprendizado de novos idiomas
ANNA CAROLINA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o estreitamento das relações do Brasil com outros países emergentes, começam a surgir e a se firmar cursos de idiomas pouco usuais.
Há quatro anos, a Wizard lançou o curso de mandarim. Hoje, 10 mil alunos aprendem o idioma na rede. "Com o aumento do comércio bilateral, observamos um aumento significativo na procura por esse idioma", diz Carlos Martins, dono do Grupo Multi.
O estudante de marketing William Mendes, 23, fez cinco meses de aula no Instituto de Mandarim Yuan De. Ele sempre teve curiosidade em relação ao idioma e, com o crescimento do país, achou que era boa ideia aprender.
Luís Testa, da Catho, site que anuncia vagas de empregos, afirma que há demanda por profissionais que falam árabe, coreano e russo.
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"Temos uma nova dinâmica do mercado brasileiro e a demanda acaba trazendo necessidades diferentes [para as empresas]", diz.
Karime Xavier/Folhapress | ||
William Mendes, 23, que começou a estudar chinês no Instituto de Mandarim Yuan De |
Sérgio Sabino, da consultoria Page Group, especializada em recrutamento de profissionais, ressalva que é preciso cautela ao escolher um curso. "Aprender sempre vale a pena, mas na hora de escolher um idioma com pretensão corporativa, inglês e espanhol são carros-chefe."
Segundo a Michael Page, associada ao Page Group, especializada no recrutamento de executivos para média e alta gerência, 80% das vagas exigem domínio de inglês. "Não dá para querer aprender mandarim ou até francês sem ter segurança no inglês."
Ele destaca que o terceiro idioma deve ser escolhido quando há perspectivas profissionais que dependem daquele conhecimento. "Se o profissional já tiver um bom nível de inglês e espanhol e perceber que tem chance de crescer na carreira, vale a pena buscar essa qualificação."
A língua árabe, por exemplo, tem se destacado. No Centro Cultural Árabe-Sírio, foram 600 inscritos em 2012.
O crescimento da Índia, onde parcela significativa dos executivos falam inglês, motiva procura, mesmo que discreta, por cursos de hindi.
A oferta é limitada. No Centro Cultural Indiano, em São Paulo, um curso de hindi foi fechado com a saída do professor. Há um grupo de estudo com 25 participantes, liderado por um ex-aluno que se voluntariou. Desde então, eles tiveram de recusar a inscrição de quase 30 alunos.
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