Mídia social aceita diferentes formações
TALITA EREDIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
"É sério que vão me pagar para navegar no Facebook?" Essa é uma das perguntas mais comuns que o diretor de conteúdo da agência Riot, Flávio Vieira ouve quando contrata um recém-chegado na área de mídias sociais.
Com a popularização dos smartphones e o crescente acesso das classes C e D à web, o número de vagas disponíveis no setor aumentou -a porta de entrada desse público para o mundo digital são as redes sociais.
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Mas não pense que o trabalho se resume a escrever posts no Facebook ou no Twitter. "Há uns dois anos, as iniciativas envolviam mais conteúdo. Hoje, houve uma mudança na linguagem e o texto é mais publicitário, são aquelas sacadas inteligentes", conta Vieira. "Além disso, um post é uma peça de mídia: além do texto, tem uma imagem ou um vídeo."
Segundo consultorias, gerentes de comunidades estão entre os mais procurados pelo mercado hoje. "Eles são uma espécie de guardião do relacionamento entre a marca e sua comunidade nas plataformas sociais", explica Gabriel Borges, fundador da agência Ampfy.
Mas a maioria das vagas anunciadas pelas agências é para o cargo analista de mídias sociais, que são posições de perfil júnior.
De acordo com uma pesquisa de 2012 da Abradi (Associação Brasileira das Agências Digitais), os salários médios para a função variam entre R$ 1.610,81 e R$ 3.661,29 no Sudeste.
Deco Cury/Folhapress | ||
Amanda Matta, analista de mídias sociais |
FORMAÇÃO
Os cursos livres de especialização podem ser um começo na área. "É um jeito de se aproximar desse mercado, conhecer gente da área, trocar experiências, conhecimento. Mas não tenha a expectativa de aprender tudo ali", recomenda Borges.
Para o diretor da Riot, essa capacitação é importante. "Antes, quase 90% das pessoas que trabalham com redes sociais eram blogueiras. Hoje, o mercado quer profissionais que sabem exatamente o que estão fazendo."
Foi graças a um curso de mídias sociais que a estudante de direito da USP Amanda Matta, 20, decidiu engavetar o futuro diploma e mudar de profissão.
"Escolhi o direito por influência da família. Durante a graduação, percebi que não era muito a minha cara. Fiz muitos cursos até chegar no de marketing digital, no qual me encontrei", conta Matta, que hoje trabalha como analista num site de turismo.
Sem experiência na área, ela construiu o seu currículo com um projeto pessoal: abriu um e-commerce, a Graviola, que é uma loja virtual de consultoria de presentes. "Faço a estratégia digital do meu site e o mantenho há seis meses. Criei a minha própria experiência e isso contou muito na hora de conseguir um emprego."
COMO COMEÇAR
Borges, da Ampfy, concorda que a experimentação é a parte mais importante do processo de aprendizado.
"Quem quer começar pode desenvolver iniciativas reais pequenas para negócios de bairro e instituições não governamentais", diz.
"É um meio de estar exposto aos desafios de desenvolver o trabalho de 'social media'", recomenda.
ONDE ESTUDAR
Cursos livres e pós
Gestão de Mídias Digitais - Escola São Paulo
Vestibular não há
Mensalidade R$ 1.620 (única)
Mídias Sociais - Belas Artes
Vestibular não há
Mensalidade R$ 420 (única)
Gestão da Comunicação em Mídias Digitais - SENAC
Vestibular sob consulta
Mensalidade R$ 691,45
QUEM EU PROCURO
Excelente português e formação universitária são fundamentais.
Apostamos em profissionais da área de comunicação, mas isso não nos impede de contratar advogados, economistas e até matemáticos.
Para o monitoramento, é importante ter um perfil analítico. Na produção de conteúdo, além do bom texto, é importante estar atento ao que acontece.
Talento para fotografia e vídeo são diferenciais.
Roberta Paixão, sócia da agência Espalhe
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