Estrutura menos rígida de ONGs dá mais chance ao aprendizado
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
Adriana Caldana, professora da Faculdade de Economia e Administração da USP de Ribeirão Preto, recomenda aos alunos buscar ONGs para trabalhar e aprender, mas "só se eles estiverem com a cabeça aberta".
Nas entidades do terceiro setor, afirma, as funções de cada um não são tão definidas e isso possibilita que um voluntário ganhe responsabilidades que não teria em uma empresa.
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Leia abaixo trechos da entrevista.
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Folha - Muita gente usa o voluntariado para aprender?
Adriana Caldana - Isso é comum entre universitários e recém-formados, que muitas vezes começam a trabalhar como voluntários porque têm dificuldade para romper a barreira do ingresso no mercado. Eles vão para aprender na prática. É uma situação de ganha-ganha, porque os voluntários aprendem enquanto contribuem.
Divulgação |
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Adriana Caldana dá aulas de administração no campus de Ribeirão Preto da USP |
Há recrutadores de ONGs que afirmam que integrar uma organização para aprender algo é uma motivação controversa, pois esses voluntários, depois de um tempo, abandonam a instituição. Esse perfil deve ser evitado?
Quando as ONGs percebem que o indivíduo está atrás de algo muito utilitário recusam mesmo. Não que eles não queiram que a pessoa aprenda, mas se percebem uma intenção muito utilitária, desistem. As que fazem mais isso sãos as que têm facilidade para captar pessoas.
O que uma pessoa aprende trabalhando de graça em uma ONG que não aprende no trabalho ou na faculdade?
Eu atuo na área de RH e sei que para as empresas sai caro formar profissionais comprometidos. Isso é fácil de se conseguir no trabalho voluntário, independentemente da causa em que a pessoa atua. Ela acaba pegando a vivência de trabalhar em equipe e fazer o que for necessário, algo que a empresa, muitas vezes, não consegue formar, mesmo com consultores e treinamentos tais muito bons.
Você recomendaria a alguém que quer aprender algo procurar uma entidade do terceiro setor?
Sim, mas só se ela estiver com a cabeça aberta para coisas novas e para as necessidades que a organização tem. Ela precisa ter foco no outro e na necessidade alheia. As ONGs precisam de pessoas que queiram aprender e também fazer coisas que não são esperadas. Nas entidades do terceiro setor, não existem tanta definição de função quanto nas empresas.
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