Publicidade
25/08/2013 - 02h45

Estrutura menos rígida de ONGs dá mais chance ao aprendizado

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Adriana Caldana, professora da Faculdade de Economia e Administração da USP de Ribeirão Preto, recomenda aos alunos buscar ONGs para trabalhar e aprender, mas "só se eles estiverem com a cabeça aberta".

Nas entidades do terceiro setor, afirma, as funções de cada um não são tão definidas e isso possibilita que um voluntário ganhe responsabilidades que não teria em uma empresa.

Como ser chefe de seus amigos
Diretor financeiro precisa ir além dos números
Voluntariado dá chances a aprendizado profissional

Leia abaixo trechos da entrevista.

*

Folha - Muita gente usa o voluntariado para aprender?
Adriana Caldana - Isso é comum entre universitários e recém-formados, que muitas vezes começam a trabalhar como voluntários porque têm dificuldade para romper a barreira do ingresso no mercado. Eles vão para aprender na prática. É uma situação de ganha-ganha, porque os voluntários aprendem enquanto contribuem.

Divulgação
Adriana Caldana dá aulas de administração no campus de Ribeirão Preto da USP
Adriana Caldana dá aulas de administração no campus de Ribeirão Preto da USP

Há recrutadores de ONGs que afirmam que integrar uma organização para aprender algo é uma motivação controversa, pois esses voluntários, depois de um tempo, abandonam a instituição. Esse perfil deve ser evitado?
Quando as ONGs percebem que o indivíduo está atrás de algo muito utilitário recusam mesmo. Não que eles não queiram que a pessoa aprenda, mas se percebem uma intenção muito utilitária, desistem. As que fazem mais isso sãos as que têm facilidade para captar pessoas.

O que uma pessoa aprende trabalhando de graça em uma ONG que não aprende no trabalho ou na faculdade?
Eu atuo na área de RH e sei que para as empresas sai caro formar profissionais comprometidos. Isso é fácil de se conseguir no trabalho voluntário, independentemente da causa em que a pessoa atua. Ela acaba pegando a vivência de trabalhar em equipe e fazer o que for necessário, algo que a empresa, muitas vezes, não consegue formar, mesmo com consultores e treinamentos tais muito bons.

Você recomendaria a alguém que quer aprender algo procurar uma entidade do terceiro setor?
Sim, mas só se ela estiver com a cabeça aberta para coisas novas e para as necessidades que a organização tem. Ela precisa ter foco no outro e na necessidade alheia. As ONGs precisam de pessoas que queiram aprender e também fazer coisas que não são esperadas. Nas entidades do terceiro setor, não existem tanta definição de função quanto nas empresas.

 

Publicidade

 
Busca

Encontre vagas




pesquisa

Publicidade

 

Publicidade

 

Publicidade
Publicidade

Publicidade


Pixel tag