Mulheres ainda enfrentam obstáculos para fazer MBA
DO "FINANCIAL TIMES"
As escolas de negócios dos Estados Unidos gostam de ser vistas como lugares que se esforçam para promover a igualdade entre os sexos.
No entanto, embora as mulheres estejam conquistando avanços na educação em geral, respondendo pela maioria das vagas universitárias na maioria dos países avançados, elas continuam a ser minoria nas escolas de gestão.
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Dados do Gmat, um teste de raciocínio lógico muito exigido pelas instituições, podem ajudar a explicar por que isso acontece: as mulheres obtêm média 20 pontos inferior à dos homens.
No ano letivo de 2011-2012, o resultado médio dos homens no exame, cuja pontuação máxima é 800, foi de 557 pontos, enquanto o das mulheres foi de 536. Essa diferença era de 40 pontos em 2002-2003.
Katherine Taylor/The New York Times | ||
Formatura da Escola de Negócios de Harvard, nos EUA; 39% dos estudantes de MBA da faculdade no ano passado eram mulheres |
Uma disparidade semelhante é constatada nos testes GRE (Graduate Record Examinations). Os resultados dos exames feitos entre junho de 2012 e junho de 2013 revelam que homens e mulheres se saem igualmente bem na parte verbal, enquanto elas os superam na redação analítica. Mas no raciocínio quantitativo a média deles é maior.
Não há como contornar o fato de que um estudante precisa ter grande capacidade de raciocínio numérico se deseja se sair bem em um MBA.
"O primeiro ano do curso é muito exigente em termos quantitativos e é preciso que a pessoa tenha certeza de que consegue arcar com a carga", diz Laura Tyson, diretora do Instituto de Negócios e Impacto Social na Escola de Negócios Berkeley-Haas.
Ela diz não acreditar que as mulheres sejam menos capacitadas. Diz que existem crescentes indicações de que, em muitas partes do mundo, essas diferenças não existem ou estão se reduzindo.
Dados sobre os resultados do GMAT na China, onde o desempenho das mulheres no teste é ligeiramente superior ao dos homens, parecem sustentar a teoria de Tyson.
Não se sabe ao certo qual é o peso que as principais escolas de gestão conferem aos resultados das mulheres no Gmat ou no GRE durante o processo de admissão.
Harvard afirma que tem proporção relativamente elevada de alunas (elas respondiam por 39% de sua turma de MBA de 2013), mas não comenta a política de admissão.
Elissa Ellis Sangster, diretora da Fundação Forté, cujo objetivo é promover as mulheres nos negócios, diz que o problema pode ser de falta de preparo. Ela diz que a Forté tenta encorajar as mulheres a pensar nos três "Ps": planejamento, preparação e persistência.
"As mulheres em geral buscam admissão nos cursos de negócios três ou quatro anos depois da universidade. Elas têm muita coisa acontecendo em suas vidas. Fazem os testes e se desapontam", diz Sangster.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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