Cota para mulher em cargos de chefia divide executivas brasileiras
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
O governo estuda uma medida para que as empresas tenham uma cota mínima de mulheres em um lugar central das empresas: o conselho de administração.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres não tem uma equipe para o assunto, mas avalia um pedido do Grupo Mulheres do Brasil, liderado por Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, sobre o tema.
Dê sua opinião sobre cotas para mulheres
Aumenta desigualdade de salários entre homens e mulheres
Ela diz que levará o projeto à presidente Dilma. O grupo sugere como meta reservar 15% das cadeiras.
"Fui patrona de uma turma que formou executivas para conselhos e garanto que existe gente capaz. [Sem cotas] vamos levar cem anos para termos 10%."
Mas as cotas não são unanimidade entre as mulheres.
Editoria de Arte |
Marta Viegas, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, diz ser contrária porque há risco de estigmatizar as profissionais, que podem ser vistas como incompetentes, e que a política criaria laranjas, só para que a empresa se adeque à norma.
No país, quem tem a maior porcentagem de mulheres no conselho é o Santander. De nove cadeiras, elas ocupam duas. Marília Rocca, uma delas, diz que cotas podem desvalorizar a funcionária e que o banco fez um esforço voluntário para ampliar a presença feminina.
A segunda com a maior proporção é o Banco do Brasil Seguridade, que tem uma conselheira, a engenheira Isabel da Silva Ramos, em um quadro de cinco pessoas.
Ela levanta dúvidas sobre a proposta: "Eu queria ver as mulheres chegando lá por mérito e não por cota."
Paula Giolito / Folhapress | ||
Isabel Ramos é do conselho administrativo do BB Seguridade |
O argumento é rebatido por Regina Madalozzo, do Insper: "Não há igualdade de condições para chegar lá". Para ela, um conselho mais diverso daria atenção ao tema das oportunidades para mulheres, o que faz com
que as cotas se tornem prescindíveis depois de algum tempo.
Países como Alemanha e Noruega adotaram cotas. Israel e Áustria estabeleceram porcentagens mínimas em empresas públicas.
Leia também
Tem um colega babaca? Estudo dos EUA mostra como trabalhar com ele
+ Livraria
- Livro traz poemas curtos em japonês, inglês e português
- Conheça o livro que inspirou o filme "O Bom Gigante Amigo"
- Violência doméstica é tema de romance de Lycia Barros
- Livro apresenta princípios do aiuverda, a medicina tradicional indiana
- Ganhe ingressos para assistir "Negócio das Arábias" na compra de livro
Publicidade
Publicidade
Publicidade