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13/09/2015 - 02h01

Repórter testa curso de leitura dinâmica; veja avaliação da experiência

FERNANDA PERRIN
DE SÃO PAULO

Por ironia -ou como prova da pertinência da técnica-, não tive tempo suficiente para fazer um curso de leitura dinâmica completo.

Mas, por um dia, consegui assistir a parte das aulas on-line do professor Juarez Lopes, que diz ensinar o método há 47 anos.

O primeiro passo é se alongar e ficar com as costas eretas e os pés no chão -ler na cama ou no sofá é proibido. A atividade é comparada várias vezes com ginástica.

Depois, fiz os exercícios para os olhos, que servem para trabalhar a visão, que achei um pouco desconfortáveis.

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Começaram, então, instruções curiosas: com um livro de cabeça para baixo, do fim para o início, deslizar a mão como se fizesse um "S" na página. Não fosse estranho o suficiente, o "S" é trocado por uma posição da ioga chamada "gyan mudra", em que o indicador toca o polegar (parecida com o gesto de "ok").

O passo a passo me deixou cética em relação ao método. Por isso, fiquei surpresa quando, finalmente aplicado a um livro em posição normal, funcionou: minha velocidade passou de 235 para 330 palavras por minuto logo no primeiro exercício.

A compreensão, porém, foi menor. Se estivesse usando o livro para uma reportagem, ficaria insegura em confiar na prática, apesar de ter entendido as ideias principais.

Notas de rodapé e anotações são luxos ultrapassados pela velocidade. No caso de obras literárias, em que a estrutura da narrativa é tão importante quanto a história, perde-se muito com a técnica.

O cineasta Woody Allen fez uma vez uma observação que sintetiza bem o assunto: "Fiz um curso de leitura dinâmica e li Guerra e Paz em 20 minutos. Tem a ver com a Rússia."

 

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