Para profissionais, carreira de sucesso vai além de cargo de chefia
FERNANDA PERRIN
DE SÃO PAULO
Subir na hierarquia não pode ser visto como único meio de ter uma carreira de sucesso. "Liderança não pode ser a única régua para medir o valor da mulher numa empresa. A profissional que diz que não quer chegar numa posição de poder é colocada de lado", diz Roberta Campos, professora do departamento de administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para ela, é comum confundir ambição individual com a carreira com a ambição com o negócio. As duas coisas, porém, são independentes, e é possível contribuir com o sucesso da empresa sem estar no topo -independentemente de ser homem ou mulher.
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Na carreira de Andrade, da Dell, a família sempre preponderou sobre a vida profissional. Quando ela foi promovida para uma posição nos Estados Unidos e o marido não conseguiu encontrar um trabalho lá depois de dois anos, ela abriu mão do cargo e pediu para voltar para o Brasil.
"Isso talvez tenha me segurado um pouco na ascensão vertical, mas do ponto de vista da satisfação pessoal, de forma alguma", afirma.
Aos 25 anos, na outra ponta da carreira, Costa, da Heineken, quer chegar ao cargo de diretora de um segmento de cervejas da empresa em dez anos. Na mesma época, ela pretende ter um filho.
"A minha estratégia é acelerar agora e, quando chegar o momento de ser mãe, é entender que vou ter um ritmo um pouco diferente dos outros. Se eu demorar mais para ser promovida por ser mãe, não vou me frustrar. Nós não podemos ter tudo. Acho que quero ser mais mãe do que diretora", afirma Costa.
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