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11/11/2012 - 06h30

Conceito de 'bairro jardim' completa cem anos em São Paulo

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO

Bairros como o Jardim América, o Alto da Lapa ou o Pacaembu são um convite para um passeio peculiar na imensidão que se tornou São Paulo. Grande parte das ruas são sinuosas, verdadeiros labirintos para os menos familiarizados com a região.

Moradores defendem 'bairros jardins'; urbanista critica modelo

Mas o trajeto reserva um visual agradável: há uma casa por terreno e as calçadas, as praças e os quintais têm ampla área verde. Além disso, a ausência de pontos cegos nas esquinas -que em geral são arredondadas- dão mais tranquilidade (e segurança) a quem circula por lá.

Esses bairros seguem a concepção de "bairro jardim", que teve origem no século 19, na Inglaterra, e se contrapunha ao modelo de cidades industriais, segundo Regina Maria Prosperi Meyer, professora da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP).

No Brasil, o conceito foi inaugurado pela Cia. City, empresa que se instalou em São Paulo em 1912, um ano após sua fundação em Londres.

Três anos após chegar à cidade, deu início ao Jardim América. Em parceria com a empresa canadense Light, levava energia elétrica e ônibus à região.

Com o sucesso do empreendimento, a Cia. City urbanizou outros bairros, como o Alto da Lapa, o Alto de Pinheiros e o Pacaembu (ver quadro na pág. 6) e inspirou a criação de outros não gerenciados por ela, como o Cidade Jardim, o Jardim Europa e o Jardim Paulistano.

Segundo José Eduardo de Assis Lefèvre, professor da FAU-USP, a Cia. City teve um papel importante na vida da cidade, porque introduziu um arranjo de disposição urbana de organizar lotes e ruas de forma harmônica com a topografia, voltada para criar ambientes agradáveis e pitorescos.

Para Meyer, o modelo de bairros jardins é impróprio para a São Paulo de hoje. De acordo com ela, é necessário implantar ações e legislação de uso do solo que promovam a cidade compacta e densa, "dois conceitos que vão no sentido inverso do modelo urbanístico dos 'bairros City'".

Mas associações de moradores discordam. Para elas, os bairros ainda são viáveis numa metrópole. "É o nosso Central Park à paulistana", diz o diretor-executivo da Ame Jardins, João Maradei. (DANIEL VASQUES)

Editoria de Arte/Folhapress
 

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