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30/12/2012 - 06h30

Alugar imóvel fica mais difícil no período das férias

ERIN MIZUTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Fim de ano, começo de outro, e todos querem botar em prática as mudanças planejadas. Muitos se preparam para entrar na universidade ou começar uma especialização. Esse agito de fim de ano contagia também o mercado de locação de imóveis.

Estrangeiros inflam mercado de aluguel por temporada

O aquecimento do setor é positivo para quem tem imóvel para alugar, mas não para quem busca um para morar. Além da maior "concorrência", as margens de negociação são menores. No fim das contas, o consumidor pode ter que se sujeitar a pagar mais em relação a outros períodos do ano.

Leticia Moreira/Folhapress
O casal Tatiane Almeida, 33, e o engenheiro naval Diego Sarzosa Burgos, 30, apontam oferta reduzida e preço alto
O casal Tatiane Almeida, 33, e o engenheiro naval Diego Sarzosa Burgos, 30, apontam oferta reduzida e preço alto

"O preço do aluguel depende da oferta e da demanda", diz Roseli Hernandes, da imobiliária Lello. "Não é apenas a sazonalidade que influencia no valor. A disponibilidade também é importante."

Ela afirma que, em um determinado bairro, se houver muita disponibilidade de apartamentos vagos, um aumento na procura pode não mexer nos preços.

Segundo o economista e consultor do Secovi-SP (sindicato da habitação), Cícero Yagi, épocas aquecidas implicam não somente alta no valor de locação mas um endurecimento nas transações.

"Não digo aumento, mas a margem de negociação tende a ser menor", observa. Além disso, Yagi destaca a possibilidade de o interessado ter de disputar um imóvel com outras pessoas. "Às vezes, tem fila para alugar um apartamento, vira um leilão", diz.

PRESSÃO
O publicitário Guilherme Borducchi, 27, e sua mulher Mariana Prado Miranda, 26, demoraram três meses para encontrar o lugar ideal -com bom acesso a transporte e próximo ao trabalho. Vinte imóveis considerados, dez visitas e duas propostas depois, eles conseguiram alugar um apartamento próximo ao metrô Paraíso.

"A corretora trouxe outra pessoa para ver o imóvel com a gente", conta Borducchi. "Ela ficou esperando enquanto olhávamos. A pressão é real. Se você não fechar, tem gente na fila para ficar com o apartamento."

Alessandro Shinoda/Folhapress
O casal Guilherme Borducchi, 27, e Mariana Prado Miranda, 26, levaram três meses para achar o apartamento onde moram
O casal Guilherme Borducchi, 27, e Mariana Prado Miranda, 26, levaram três meses para achar o apartamento onde moram

INVASÃO UNIVERSITÁRIA
Nas regiões próximas às universidades, o mercado fica aquecido entre novembro e fevereiro, devido, sobretudo, à busca de estudantes. Distritos do centro, Consolação, Perdizes e Butantã têm forte disputa.

Segundo profissionais do setor, também há um pico de buscas em julho, quando um novo semestre se inicia para os universitários e cursos de inverno ocorrem.

A família do engenheiro Diego Sarzosa Burgos, 30, procura há mais de dois meses uma nova casa perto da USP (Universidade de São Paulo), onde ele trabalha como pesquisador.

"Quanto mais próximo da USP, maior o preço. Um fator que influencia nos valores é a pouca oferta de imóveis na região", avalia Burgos. "As opções não estão justas", diz sua mulher, a jornalista Tatiane Almeida, em relação à alta de preços.

O diretor do Secovi, Mark Turnbull, vê uma "adequação dos preços à realidade do mercado", com reajustes pouco acima da inflação oficial.

Para Sueli Pacheco, diretora da imobiliária Pacheco, é preciso negociar sempre. "Faça uma contraproposta. Há o risco de ela não ser aceita, mas, acredite, não há escassez de imóveis", afirma.

TEMPO E DINHEIRO
Pesquisa mensal do Secovi-SP sobre o mercado de aluguel mostra que, em outubro, a ocupação de casas e apartamentos se deu em um prazo médio de 12 a 33 dias.
Já o valor cobrado pelo aluguel residencial subiu 1,1% em novembro ante outubro. Em 12 meses, a variação foi de 8,61%.

Carolina Daffara/Editoria de Arte

DICAS

LOCATÁRIO
> O segundo semestre é, tradicionalmente, mais disputado para a locação. A margem de negociação pode ser menor, e os preços, maiores
> Organize-se e deixe a documentação em ordem. A burocracia pode atrasar o processo de contrato e prejudicar locador e locatário
> Devido à grande demanda, há quem alugue com antecedência, mesmo que a mudança ocorra meses depois. Faça as contas e veja se a antecipação vale a pena
> Negocie sempre e faça uma contraproposta, mesmo sob o risco de não ser aceita. Especialistas afirmam que não há escassez de imóveis

LOCADOR
> Deixe o imóvel com manutenção sempre em dia. Isso acelera o processo, pois quem aluga quer se mudar com urgência
> Mesmo com a valorização em ritmo mais lento, o mercado de aluguel continua sendo um bom investimento. É cada vez maior o número de pessoas que buscam um imóvel mais perto do local de trabalho
> Jovens que deixam a casa dos pais e migrações movimentam o setor o ano todo

Fonte: Sueli Pacheco, da Pacheco Imóveis

 

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