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30/06/2013 - 01h30

Dez bairros concentram 40% dos imóveis em estoque em São Paulo

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO

Poucos com muito e muitos com pouco. Esse é o cenário do mercado imobiliário paulistano, em que dez dos 96 distritos da cidade concentram 40% da oferta de unidades.

Mesmo com queda nas vendas, preço do imóvel sobe em São Paulo

Segundo levantamento da Folha, com base em dados da Geoimovel Tecnologia Imobiliária, das 258.082 unidades lançadas de janeiro de 2006 até maio deste ano, 20.003 ainda estão disponíveis para comercialização.

Ze Carlos Barretta/Folhapress
Martin Otto e a namorada, Milena Cricenti, no apartamento decorado do prédio em que vão morar, na Saúde, zona sul de São Paulo
Martin Otto e a namorada, Milena Cricenti, no apartamento decorado do prédio em que vão morar, na Saúde, zona sul de São Paulo

Delas, uma em cada quatro encontra-se nesses poucos distritos -quase todos de classe média ou alta. No Itaim Bibi (zona oeste), Campo Belo e Vila Mariana (ambos na zona sul), por exemplo, o valor médio do metro quadrado dos imóveis em estoque supera os R$ 10 mil (ver quadro abaixo).

Em alguns distritos mais baratos e distantes do centro, porém, não há unidades novas à venda, caso de São Miguel Paulista e Artur Alvim, na zona leste, e Pari (zona norte), reduzindo as opções para quem quer morar na região ou não consegue arcar com o valor do metro quadrado de outros bairros.

No caso de quem busca um imóvel em locais com muitas unidades à venda, a dica é pesquisar com calma e comparar o preço de vários produtos.

Foi o que fez o engenheiro Martin Otto, 28. Ele comprou um apartamento na planta na Saúde (zona sul), o sexto distrito com mais estoque. Antes, porém, ele e a namorada, Milena Cricenti, visitaram o estande, com unidade decorada, de oito empreendimentos no bairro.

"Paguei R$ 7.500 por metro quadrado, mas, perto dali, na Vila Mariana, estava por cerca de R$ 10 mil", conta ele.

Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress

MAIS CAROS
A distribuição das unidades à venda não ajuda quem quer economizar na compra do imóvel. Isso porque elas estão concentradas principalmente em regiões onde o metro quadrado é mais caro.

Nessa lista dos distritos mais valorizados e com maior quantidade de imóveis novos ainda não vendidos, encontram-se Campo Belo, Vila Mariana e Itaim Bibi.

Regiões próximas a locais de alto padrão, porém, também concentram estoque elevado, mas com preços mais baixo -e ainda assim, em geral, acima da média da cidade, em R$ 7.320, de acordo com a Lopes Inteligência de Mercado.

"A Saúde está encostada na Vila Mariana, um dos bairros mais desejados, só que morar na Vila Mariana é mais caro", diz Alessandra Calefo, da incorporadora You.

O metro quadrado dos apartamentos custa em média R$ 10.530 no bairro, 23% a mais que na Saúde, segundo a rede imobiliária Brasil Brokers. Também na zona sul, o Jabaquara tem preços ainda mais menores.

Já a Vila Andrade, na zona oeste, é o bairro campeão em estoque da cidade, com 1.712 unidades, segundo a Geoimovel. "A pessoa quer morar no Morumbi e, pelo preço, acaba indo morar na Vila Andrade, perto dali. As construtoras aproveitam a concessão e lançam muito lá", diz Amanda Cordeiro, diretora comercial do site "Imovelweb".

Karime Xavier/Folhapress
O gerente de importação e exportação Marcos Mellone, 34, no apartamento em que vive, no bairro de Santana, na zona norte
O gerente de importação e exportação Marcos Mellone, 34, no apartamento em que vive, no bairro de Santana, na zona norte

DESCONTOS
Mas vale a pena pechinchar em bairros com estoque elevado? Para Luiz Paulo Pompeia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), todas as regiões oferecem chance de "descontos significativos", independentemente do bairro e da quantidade de unidades à venda.

Nem sempre um distrito com muita oferta, porém, tem preços mais convidativos, já que pode haver uma diversidade grande de produtos, com tipologias e padrões, sem que um determinado perfil de imóvel esteja "sobrando" no mercado.

"Sempre que tem estoque, o cliente tem a percepção de que pode negociar, mas as incorporadoras são bem controladas e têm custo. Descontos são mais atrelados à forma de pagamento, como uma entrada maior", diz Mario Miozzo, da incorporadora BKO.

Um motivo para as empresas lançarem mais em bairros de alto padrão é que neles os clientes absorvem melhor as elevações de preço. "Preço alto chega a parar a venda no segmento econômico, mas no médio e alto padrão diminui, mas não para", diz Miozzo.

Na lista dos dez distritos com mais estoque, encontram-se também a Mooca e o Tatuapé, na zona leste, e Santana, na zona norte, com foco em alto padrão.

"Quando fui pesquisar, havia muitos prédios em volta e que custavam mais de um milhão e com pelo menos 130 m². O meu era um dos mais baratos. Foi o que cabia no bolso", diz o gerente de importação e exportação Marcos Mellone, 34, que se mudou no ano passado para um apartamento de 91 metros quadrados em Santana.

Campo Limpo, na zona sul, é o único distrito com estoque alto e metro quadrado abaixo de R$ 5.000. Ele entrou na mira do mercado com a ampliação da linha 5-lilás, do metrô, que passa pelo bairro e deve se integrar à linha 2-verde em 2015. (DANIEL VASQUES)

 

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