Bazares são opção para quem quer pagar menos, mas exigem garimpo
ANA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO
Foi garimpando diariamente uma das lojas do Mercatudo, bazar da Casas André Luiz, que o comerciante André Ferruchi, 28, mobiliou sua loja de sapatos.
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"Estruturei toda a loja por menos da metade do preço do que eu gastaria", diz ele, que comprou três prateleiras, um expositor para a vitrine e duas estantes da entidade. "O vidro que usei para a vitrine da loja também veio do bazar", acrescenta.
Danilo Verpa/Folhapress |
André Ferruchi, 28, é proprietário de uma loja de sapatos e bolsas, que foi toda montada com móveis e prateleiras compradas em bazares de ONGs que vendem usados. |
A representante têxtil Karla Fontoura, 41, também é uma exploradora de bazares. Doadora da Unibes (União Brasileira-Israelita de Bem-Estar Social), ela encontrou lá os armários que buscava para a cozinha de sua casa.
"São armários lindos. Comprei as peças soltas, contratei um marceneiro e ficou perfeito", diz. Ela conta que pagou cerca de R$ 3.000 pelas peças no bazar: "Como são armários de marca, acho que devem custar o dobro numa loja"
Segundo Fontoura, há excelentes produtos à venda nos bazares e nem sempre usados. "Muitas lojas doam as peças do mostruário para a Unibes. Não são novas, mas também não são usadas."
O diretor de bazares da entidade, Daniel Pedro Machlup, diz que os móveis e objetos recolhidos, são, primeiramente, doados a pessoas assistidas pela instituição. Depois, o que sobra é vendido nos bazares da entidade - e o valor arrecadado é revertido para os programas sociais.
Zé Carlos Barreta/Folhapress |
Móveis usados do bazar da Unibes, que são doados a ONGs e postos a venda a um preço baixo. |
SOLUÇÃO
Para Giselda Ferreira Alves, 78, o trabalho de coleta dessas instituições é uma saída para situações que parecem complicadíssimas.
Quando uma tia morreu, há cerca de seis anos, Alves ficou com a missão de se desfazer da casa - e de tudo o que estava dentro. Primeiro, convocou os primos e sobrinhos para pegar o que queria, mas sobrou muita coisa.
Alves procurou, então, o Lar Escola São Francisco, que tem um bazar tradicional na Vila Mariana, batizado de Samburá. "Eles levaram tudo, até vasos de plantas mortas. Deixaram a casa limpa. Me ajudou demais", conta.
Um diferencial do Samburá é a capacidade de consertar móveis danificados. De acordo com Clélia Salgado Teixeira, filha da fundadora da entidade, o bazar tem uma pequena marcenaria. A entidade faz cerca de 50 coletas por dia -cerca de 30% são de móveis e a maioria, roupas.
Para não entrar em furada ao comprar uma peça usada, Maíra Feltrin Alves, assessora técnica do Procon-SP, recomenda o consumidor vasculhar o produto e se informar sobre defeitos e problemas aparentes ou não.
"Os bazares são obrigados a informar sobre avarias. Caso contrário, a troca da peça precisa ser garantida pelo estabelecimento", informa a assessora do Procon-SP.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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